Vejo estrelas de marfim
em meus olhos brancos de nuvens.
Adeus, adeus, luz eterna,
adeus, adeus, vento eterno.
O candelabro acesso na mesa
ilumina os meus livros de poemas
não publicados, silenciados.
Tenho medo da morte das palavras.
Adeus, adeus, luz eterna,
adeus, adeus, sefarad, minha terra.
Aqui caço as minhas orações e não durmo
porque me esmurram a cara de vinagre que tenho.
Sou aquele soneto de amor não concluído,
sou aquele poeta que morreu tão cedo.
Em meu coração folhas
rasgadas do talmud e versos da torá
são reconstruídas em minha alma seca.
Os que queimaram a minha religião
nunca queimarão a minha alma viva.
Sento-me agora e penso no mar
e bem longe um navio se afasta
enquanto o céu rubro como o rosa
me acena e me diz:
Ouve Israel, o Eterno nosso Deus é o único Senhor.
foto: ilustrativa
publicado no jornal O POVO : - http://www.opovo.com.br/app/jornaldoleitor/noticiassecundarias/poesias/2017/03/03/noticiajornaldoleitorpoesias,3680375/haskalah.shtml
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