domingo, 22 de julho de 2012

BALADA

Daqui não vejo flores,
não vejo amores, não vejo dores
só sinto o ar entrar
e sair... 

É bom existir aqui 
nesse lado sul da América,
mais deixamos de geografia,
cuidaremos da vida

(que não é lá essas coisas!).

O céu azul está aberto,
aberto como um grande furacão,
não vou falar de outra entranha: é melhor
o rim que o coração.

Mas são coisas difícis de se entender
misturadas ao sonho, a realidade...
quando se olha para cima
o sol já dorme e já está tarde.

Lá longe curvas sinuosas, as canções
altas tem uma tarefa: me façam
esquecer desse amor. Daqui não vejo flores
mais aqui já morreram muitos amores.

(muitos dirão que isso
é uma preocupação pequena,
afinal existem outras preocupações
do que minhas ações).

De um lado o pescoço escuta
o barulho da televisão,
que como sempre nada revela
a não ser sonhos, ilusões...

Oh vida! Gritei lá fora
e as nuvens não choram,
confesse já.

Morreu o amor,
quanta preocupação
entranha é o ruim
que tem solução: A cerveja... a cerveja... mais eu

prefiro o café com o leite!

Rimamos a dor,
rimamos o amor
mais o rim não se rima
contigo querida.

Olhei para as estrelas
já vi teus olhos nela
se apagaram e me
revelaram: é vazio o espaço do peito.

Por favor... essas palavras nada querem dizer
nada disso tem importância
quando não se é mais criança.

Por favor... Não tenho outro nome
mais tenho dois sobrenomes
e duas faces: a euforia da alegria, a depressão do coração.

Tomba, tomba, tomba
A canção!
Surja, surja, surja
A razão!
Morra, morra, morra
A emoção!

Badala a música longe,
que horas são?
Três e alguma coisa... O violão está quieto,
tudo bem e nada mau: aqui não tem nenhuma moral.

Dá-me ar que eu respiro,
Guardai o teu ar para tu
eu respiro o meu.

O sol sua, a navalha vara
alguém se mata,
tão sozinho
quanto apaixonado.

Há de brilhar a lua na noite,
em alguma cidade de interior
para nosso temível horror
a bebida nos dará o verdadeiro amor.

Mas ousemos dizer: Vádia, vaca; Vagabundo, Cadelo...
Assim moveremos o rastelo do certo... que certo?
Ah... povo burro... ignorante... Me poupe da ignorância....

Mas vou sonhar... sonhar como nunca sonhei
pra morrer... porque não voltarei....
Mais quem sabe um dia brindarei,
(e mesmo assim te amarei?).


um brinde para ignorância brasileira

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