Maimónides me levou até Spinosa.
Spinosa me levou até Karl Marx.
Karl Marx me levou até Kant.
Kant me levou até Schopenhauer.
Schopenhauer me levou até a verdade.
E a verdade é indefinida como a vida.
segunda-feira, 30 de julho de 2018
Balada triste de despedida
para andré veiga
Ah, se pudêssemos sonhar e realizar nossos sonhos
não esses sonhos vazios, sem esperança,
e sim os sonhos verdadeiros, aqueles que
cabem dentro de uma maleta ou de um talismã.
não esses sonhos vazios, sem esperança,
e sim os sonhos verdadeiros, aqueles que
cabem dentro de uma maleta ou de um talismã.
Ah, quem dera, o azul infinito dos nossos olhos
se cruzassem com o céu azul e pudessemos
de repente encontrar a felicidade que queriamos
e no entanto como peixes somos fisgados
por uma tristeza que ronda a terra de desanimo.
se cruzassem com o céu azul e pudessemos
de repente encontrar a felicidade que queriamos
e no entanto como peixes somos fisgados
por uma tristeza que ronda a terra de desanimo.
Adeus é pouco, até logo é muito breve,
não, ficará as lembranças, as tristezas,
as raivas, as iras e as invejas para que
possamos concluir como uma vez numa
noite fria me disseste com um tom leve
de melancolia: infelizmente ainda não somos
amor.
não, ficará as lembranças, as tristezas,
as raivas, as iras e as invejas para que
possamos concluir como uma vez numa
noite fria me disseste com um tom leve
de melancolia: infelizmente ainda não somos
amor.
Que pena!
sábado, 28 de julho de 2018
Figueira
Figueira,
minha figueira,
cansada e triste,
figueira,
minha figueira,
triste e cansada
existes, existes.
Para um poeta mais velho que me chamou de poestrato (com razão)
Esse camarada ainda
vai acabar tomando cicuta.
Não poder ser um novo Sócrates,
mais por ser um filho da puta.
vai acabar tomando cicuta.
Não poder ser um novo Sócrates,
mais por ser um filho da puta.
Frango
E assim me espera,
como sempre, com
a claridade que a lua
traz junto com relâmpagos
e com as dores que um
coração feito de carne
consegue suportar como
um carneiro degolado.
como sempre, com
a claridade que a lua
traz junto com relâmpagos
e com as dores que um
coração feito de carne
consegue suportar como
um carneiro degolado.
Na sombra da minha tumba
escrevi meu nome
como uma folha
laranja caida aos
pés do mar e nenhuma
sereia conseguiu me resgatar.
escrevi meu nome
como uma folha
laranja caida aos
pés do mar e nenhuma
sereia conseguiu me resgatar.
Por fim, ainda,
encontrei em sua voz
(sua voz lenta de mel)
o pão doce que fazia
sentido.
encontrei em sua voz
(sua voz lenta de mel)
o pão doce que fazia
sentido.
Mesmo assim o
palco é um Tigre
ensaguentado e faminto
e a vida é amarga
quando não existo
palco é um Tigre
ensaguentado e faminto
e a vida é amarga
quando não existo
e quando não existes...
Canção do destino inexato
Com a boca, sim, com a boca,
e com os olhos, sim, com os olhos,
suspiro, ai, como suspiro, e canto,
ai, como canto, e como lembro, sim
lembro dos seus cabelos amarelos.
e com os olhos, sim, com os olhos,
suspiro, ai, como suspiro, e canto,
ai, como canto, e como lembro, sim
lembro dos seus cabelos amarelos.
Com os olhos, não, com os olhos,
e com a boca, não, com os a boca,
suspiro, ai, como suspiro, e canto,
ai, como canto, e como lembro, não
lembro da sua boca de vinagre amargo.
e com a boca, não, com os a boca,
suspiro, ai, como suspiro, e canto,
ai, como canto, e como lembro, não
lembro da sua boca de vinagre amargo.
Destino incompleto, vaso zombatoro,
de um mundo feito por um Ser perfeito
e é perfeito o sofrimento de não te
carregar dentro do meu peito de relógio.
de um mundo feito por um Ser perfeito
e é perfeito o sofrimento de não te
carregar dentro do meu peito de relógio.
Não e sim, sim e não,
e como canto, destino inexato,
a cada momento em que nos leva
a sua mensagem, onde o amor e a morte
são como um mendigo e uma mendiga
pedindo com as mãos rotas mapas
e como canto, destino inexato,
a cada momento em que nos leva
a sua mensagem, onde o amor e a morte
são como um mendigo e uma mendiga
pedindo com as mãos rotas mapas
para coroarem, quem sabe,
árvores sagradas com seus
trajes belos e formosos.
árvores sagradas com seus
trajes belos e formosos.
Perdendo o amor
Julho agrotóxico
nenhum vento a vista
nem suas pernas
nem seus olhos.
nenhum vento a vista
nem suas pernas
nem seus olhos.
Onde dorme
minhas moedas?
E meu coração
faminto de esperanças?
minhas moedas?
E meu coração
faminto de esperanças?
Do outro lado da cidade
carregas nas mãos
as navalhas do amor
que me cortam.
carregas nas mãos
as navalhas do amor
que me cortam.
Sangras, como eu,
por outro, é claro,
e o vento toca a
pele de qualquer
individuo nascente.
por outro, é claro,
e o vento toca a
pele de qualquer
individuo nascente.
Não entendes
que nenhum grito
pode tocar sua boca
como minhas canções?
que nenhum grito
pode tocar sua boca
como minhas canções?
Achas que tenho
como roda de tigre
um violino a tua espera?
como roda de tigre
um violino a tua espera?
De tanto
De tanto não ir
para lugar algum,
meu coração se agigantou,
ficou azulado de tanta soberba.
E de espumosas lágrimas
se tornou diamante
(não raro, cheio de espelhos).
para lugar algum,
meu coração se agigantou,
ficou azulado de tanta soberba.
E de espumosas lágrimas
se tornou diamante
(não raro, cheio de espelhos).
E assim me lembras
A sim, e assim me
lembras quando ficávamos
juntos como o sol
avermelhando a lua
por causa da posição
da terra.
lembras quando ficávamos
juntos como o sol
avermelhando a lua
por causa da posição
da terra.
Mas eu era apenas
um lagarto velho,
choramingando
canções,
um lagarto velho,
choramingando
canções,
e você era
uma princesa
cheia de rosas
no peito, e no coração
uma cigarra batia sua
respiração.
uma princesa
cheia de rosas
no peito, e no coração
uma cigarra batia sua
respiração.
A sim, e assim
quando pensas em mim
hoje já não lembras
que sou como um
cachorro magro e faminto,
quando pensas em mim
hoje já não lembras
que sou como um
cachorro magro e faminto,
que tenho os olhos
cheios de curiosidade,
e que minha boca só
recita Salmos e ervilhas verdes.
cheios de curiosidade,
e que minha boca só
recita Salmos e ervilhas verdes.
Quando me recordares
antes de dormir ou tomar
a sua espumosa bebida,
brinda minhas canções,
porque elas te recordam
antes de dormir ou tomar
a sua espumosa bebida,
brinda minhas canções,
porque elas te recordam
e eu em sonhos te recordo!
Chegou o momento
Chegou o momento,
sempre o mesmo momento,
o momento, o grande
momento de ver a cidade
em chamas de luzes,
de ver seus olhos dormindo.
sempre o mesmo momento,
o momento, o grande
momento de ver a cidade
em chamas de luzes,
de ver seus olhos dormindo.
Chegou o momento,
o momento de ouvir
os pássaros fugindo,
o momento em que
se embebedas para
vomitar no amanhã
suas dores.
o momento de ouvir
os pássaros fugindo,
o momento em que
se embebedas para
vomitar no amanhã
suas dores.
Perguntaram-me
quando me viram
cheio de tristeza
pela rua moribunda:
que momento é esse
que nos chega?
quando me viram
cheio de tristeza
pela rua moribunda:
que momento é esse
que nos chega?
O momento da verdade?
Ou o momento da mentira?
Que momento é esse
que só você pode carregar
em seu coração, quando anuncias
em voz alta, que chegou o momento?
Ou o momento da mentira?
Que momento é esse
que só você pode carregar
em seu coração, quando anuncias
em voz alta, que chegou o momento?
Nenhum momento que não
seja lógico, como a vida é ilógica.
Chegou o momento
e as janelas abertas dançãm
com o vento para comemorar
porque chegou o momento.
seja lógico, como a vida é ilógica.
Chegou o momento
e as janelas abertas dançãm
com o vento para comemorar
porque chegou o momento.
Cerimonial
Porque te desconheço
já não choras em meu ombro.
E que visão imensa,
essa dos vulcões,
das árvores e seus
frutos sendo amadurecidos.
O céu estrelado é um
espelho onde o mar
carrega dois olhos,
dois braços, uma perna,
e saltita como uma gaivota,
cantando a mesma espuma
e lambendo sempre a mesma
areia de praia.
já não choras em meu ombro.
E que visão imensa,
essa dos vulcões,
das árvores e seus
frutos sendo amadurecidos.
O céu estrelado é um
espelho onde o mar
carrega dois olhos,
dois braços, uma perna,
e saltita como uma gaivota,
cantando a mesma espuma
e lambendo sempre a mesma
areia de praia.
Não, suas mão não
estão frias por minha causa,
nem sua boca se esquenta
com beijos ou saliva,
mas em cima do muro
eu vejo pequenos caracóis
transando melodias esplendidas.
estão frias por minha causa,
nem sua boca se esquenta
com beijos ou saliva,
mas em cima do muro
eu vejo pequenos caracóis
transando melodias esplendidas.
O sol, esse abismo amarelo,
sempre pareceu para mim
um ovo cru e cozido no
céu azul.
sempre pareceu para mim
um ovo cru e cozido no
céu azul.
Mas o seu sorriso,
embora desconheças o meu nome
assim como não sabes
as manchas que carrega a terra,
é o vinagre saboroso, o mel divino
que arde, que fere, que cura,
e que tanto encanta o desconhecido
que te canta
embora desconheças o meu nome
assim como não sabes
as manchas que carrega a terra,
é o vinagre saboroso, o mel divino
que arde, que fere, que cura,
e que tanto encanta o desconhecido
que te canta
(como eu).
Canção sem mistério algum
-para gabriela mistral
Não podemos mais cantar.
Não.
Mesmo assim o sino continua
e os violinos choram.
Não podemos mais cantar.
Que cartaz idiota.
Que lugar idiota.
No mesmo som divino
uma paz apareceu:
podemos cantar?
Não.
E quem foi que morreu?
Reviveu.
Não.
Mesmo assim o sino continua
e os violinos choram.
Não podemos mais cantar.
Que cartaz idiota.
Que lugar idiota.
No mesmo som divino
uma paz apareceu:
podemos cantar?
Não.
E quem foi que morreu?
Reviveu.
sexta-feira, 27 de julho de 2018
Flores
Flores, minhas
doces flores de
perfume suave.
Onde estão
suas raízes nuas
se não no chão,
profundas e quentes.
Flores, perfumadas
flores, cheias de
cores, insetos,
borboletas valentes.
(2018)
Travessão amoroso
...enfia o bico do seu peito...
...no furo... do meu umbigo...
xico chaves poeta
Enfiai, amada minha,
o bico rosado do seu peito
no buraco da minha
língua.
Não seremos
tu e eu
amada minha
cinzas um dia?
Então, enfiai
com amor sexo gozo e força
o bico do seu peito
oriental e belo
para ser lambido
pela minha língua.
Minha Amada para Ti
Com o pêssego
nos lábios como uma
lua estrelada de cons
telações alvas.
Será isso o amor, branca
nuvem que dorme nos
meus olhos?
Será? Não sei.
Me lembro do seu
seio de laranja que
apertei
tão rápido.
Ai, que algodão suave.
E sua boca oriental,
era o cálice de uva
que Deus me deu
para tomar, framboesa minha,
Mulher amada de sempre,
porque em ti
o meu amor
estava
vivo e ardente.
Ai, boca de pêssego,
onde o amor
repousa como
uma lua cheia
de luz.
Minha linda,
minha amada
de olhos estrelados
e puxados.
És como as Ninfas belas
do Médio Oriente errante.
nos lábios como uma
lua estrelada de cons
telações alvas.
Será isso o amor, branca
nuvem que dorme nos
meus olhos?
Será? Não sei.
Me lembro do seu
seio de laranja que
apertei
tão rápido.
Ai, que algodão suave.
E sua boca oriental,
era o cálice de uva
que Deus me deu
para tomar, framboesa minha,
Mulher amada de sempre,
porque em ti
o meu amor
estava
vivo e ardente.
Ai, boca de pêssego,
onde o amor
repousa como
uma lua cheia
de luz.
Minha linda,
minha amada
de olhos estrelados
e puxados.
És como as Ninfas belas
do Médio Oriente errante.
quinta-feira, 26 de julho de 2018
Me convém esse...
A vida não tem sentido. Que posso fazer então se não criar um que me convenha para continuar existindo.
Perante a força vital
A desnecessidade de viver, ainda me angustia. Fracassar e ganhar são a mesma moeda, perante a força vital que é a Vida.
Não consigo
Não adianta, não consigo reformular meus pensamentos: um pedaço de pão ainda vale mais para mim do que uma pedra brilhante como o ouro.
Argumento sobre o dinheiro
Sabemos que o poder do dinheiro é abstrato, mas a ele damos o nosso ser, a nossa vida. Foi secularizado, um pedaço de papel, foi transformado pelos homens e por sua capacidade moral de serem egoístas com a maior naturalidade, em um deus. Um deus vazio, mudo, incapaz de se comunicar, a não ser passar de mão em mão. Num mundo cego, quem disse que os homens veriam algo além de seu próprio coração? O dinheiro é o deus satanico de um mundo sem sentido. Bastaria queimá-lo para provar o sentido do seu valor. Porém os homens o adoram-o. E quando perde o seu valor, com crises, prova mais uma vez a humanidade, a cegueira em que andam, e mesmo assim, confiam novamente no deus mudo, a acreditarem na capacidade da ajuda mutua, e no amor.
A forma perfeita
A angústia dentro de um coração, pode ser a forma perfeita de Deus dizer para esse ser, que ele ainda existe.
Somos infelizes não por escolha
Somos infelizes não por escolha, e sim, por sujeição. Assim como a vida: nascemos por imposição, e não por livre-e-espontânea vontade, que não existe.
É uma ilusão.
O mundo é um teatro sem sentido, o planeta é uma bola giratória gerida por desejos incompreensíveis a nossa razão.
A vida tem lógica, é claro, a qual nós a damos a ela.
Qual é a lógica de alguém ter pernas e outro individuo não ter? Qual é a lógica de uma pessoa se sentir amada, e a outra, não se sentir?
Nisso tudo, podemos resumir que o mundo é gerido pelo controle de um ser apto a criar excelentes coisas, assim como é apto para destruí-las.
O que a vida quer de mim? Reprodução.
Não da maneira que a imaginação pressupõe, e sim, pelo meio do sofrimento, da angústia, da imposição.
Se reproduzir é criar outro ser que irá caminhar em direção a morte.
A morte, como nós todos sabemos, é o impulso administrativo que nos prende com toda nossa insegurança a vontade de viver, existir.
É um impulso primitivo e básico, que nos leva a querer fazer algo, para ocupar o nosso tempo, porque sabemos que iremos morrer.
Trabalhar, estudar, ouvir músicas, ir em festas, igrejas, etc... é uma fuga, fuga da qual queremos tirar a morte, a morte que nós nos impusemos, de nossos pensamentos.
Porque poderíamos usar um argumento sensato e poético do tipo: não me preocupei em nascer, por quê devo me preocupar quando vou morrer?
Acontece que a morte basta para nos tornar infelizes e inseguros, porque não sabemos para onde vamos no depois do seu acontecimento natural. Sabemos que iremos voltar ao pó, porque toda a natureza material é pó (que o diga os construtores e derrubadores de edifícios).
E isso gera a infelicidade. A balança da qual a vida faz parte, que ora, equilibra o tédio de se desejar algo, e ora, equilibra a vontade de se ter prazer, um prazer nunca preenchido, seja lá de que maneiras diversas, seja com bebidas, leituras, seja com companhias (na qual, a maioria das vezes iremos, e devemos nos sentir sóis, porque a sós estamos e a sós iremos partir desse mundo).
E alguém irá me perguntar; onde está a felicidade? Ora, a felicidade é fruto da nossa criação, assim como a infelicidade, uma palavra.
Mas sinto dores terríveis na alma. Sujeito-me a dizer-te, quem disse que é sua alma que sofre? É teu corpo, é teu interior, é teu vazio, porque somos isso, vazios.
E quando fui interrogar certa pessoa sobre isso, recebi uma resposta da qual não pude deixar de anotar nos meus blocos de caligrafia fina e azul que tenho aos montes: por que nos sentimos sozinhos? não preenchidos?
A resposta foi simples: porque só Deus (a grande ENERGIA), pode nos preencher.
É uma ilusão.
O mundo é um teatro sem sentido, o planeta é uma bola giratória gerida por desejos incompreensíveis a nossa razão.
A vida tem lógica, é claro, a qual nós a damos a ela.
Qual é a lógica de alguém ter pernas e outro individuo não ter? Qual é a lógica de uma pessoa se sentir amada, e a outra, não se sentir?
Nisso tudo, podemos resumir que o mundo é gerido pelo controle de um ser apto a criar excelentes coisas, assim como é apto para destruí-las.
O que a vida quer de mim? Reprodução.
Não da maneira que a imaginação pressupõe, e sim, pelo meio do sofrimento, da angústia, da imposição.
Se reproduzir é criar outro ser que irá caminhar em direção a morte.
A morte, como nós todos sabemos, é o impulso administrativo que nos prende com toda nossa insegurança a vontade de viver, existir.
É um impulso primitivo e básico, que nos leva a querer fazer algo, para ocupar o nosso tempo, porque sabemos que iremos morrer.
Trabalhar, estudar, ouvir músicas, ir em festas, igrejas, etc... é uma fuga, fuga da qual queremos tirar a morte, a morte que nós nos impusemos, de nossos pensamentos.
Porque poderíamos usar um argumento sensato e poético do tipo: não me preocupei em nascer, por quê devo me preocupar quando vou morrer?
Acontece que a morte basta para nos tornar infelizes e inseguros, porque não sabemos para onde vamos no depois do seu acontecimento natural. Sabemos que iremos voltar ao pó, porque toda a natureza material é pó (que o diga os construtores e derrubadores de edifícios).
E isso gera a infelicidade. A balança da qual a vida faz parte, que ora, equilibra o tédio de se desejar algo, e ora, equilibra a vontade de se ter prazer, um prazer nunca preenchido, seja lá de que maneiras diversas, seja com bebidas, leituras, seja com companhias (na qual, a maioria das vezes iremos, e devemos nos sentir sóis, porque a sós estamos e a sós iremos partir desse mundo).
E alguém irá me perguntar; onde está a felicidade? Ora, a felicidade é fruto da nossa criação, assim como a infelicidade, uma palavra.
Mas sinto dores terríveis na alma. Sujeito-me a dizer-te, quem disse que é sua alma que sofre? É teu corpo, é teu interior, é teu vazio, porque somos isso, vazios.
E quando fui interrogar certa pessoa sobre isso, recebi uma resposta da qual não pude deixar de anotar nos meus blocos de caligrafia fina e azul que tenho aos montes: por que nos sentimos sozinhos? não preenchidos?
A resposta foi simples: porque só Deus (a grande ENERGIA), pode nos preencher.
foto: google
quarta-feira, 25 de julho de 2018
Chegou a noite
Moça
Como está o seu coração?
Como está o seu coração?
Maçã
Vai bem... Por quê a pergunta?
Vai bem... Por quê a pergunta?
Moça
Curiosidade.
Curiosidade.
Maçã
Só?
Moça
Só.
Só.
Maçã
Pois que durma bem
com essa lua cega de olhos.
Pois que durma bem
com essa lua cega de olhos.
Moça
Saiba que ainda gosto dele...
Saiba que ainda gosto dele...
Maçã
Não é sério o
que me dizes entre os dentes.
Não é sério o
que me dizes entre os dentes.
Moça
Te juro pelos
fantasmas de minha casa.
Te juro pelos
fantasmas de minha casa.
Maçã
Fique quieta.
Não gêmes nada.
Que vem um cavalo
pela noite de prata.
Fique quieta.
Não gêmes nada.
Que vem um cavalo
pela noite de prata.
Moça
Adeus... Que tenho sono.
Adeus... Que tenho sono.
Maçã
Se dormes,
sonha com a lua 🌒
E que a morte não
mais te incomode...
Se dormes,
sonha com a lua 🌒
E que a morte não
mais te incomode...
Moça -triste
Que não mais me incomode...
Que não mais me incomode...
segunda-feira, 23 de julho de 2018
Aos que cantam
Afinados, como borboletas,
com flautas, troteando pela
noite como fadinhas encapuzadas,
retrato da vida reflexo da morte,
um sorriso espumoso,
o brilho refletido na folha
morena do outono que cai
lisa como um morango
recém colhido, ou como
o galope faustuoso de
uma só onda.
com flautas, troteando pela
noite como fadinhas encapuzadas,
retrato da vida reflexo da morte,
um sorriso espumoso,
o brilho refletido na folha
morena do outono que cai
lisa como um morango
recém colhido, ou como
o galope faustuoso de
uma só onda.
Aos que riem
Como o relógio parado,
ou o copo em cima da mesa
quebrado, ou as pessoas
indo e voltando com lágrimas
nos olhos como querubins
azulados, e petróleo,
o riso negro na gargalhada,
asas, pequenas formigas,
canetas-tinteiros, seja lá
o que for, os óculos pendurados,
o conhecimento sendo chutado,
a piscina,
o carro enguiçando no meio da
rua, a peça de teatro,
o sorriso irônico dos políticos,
a farinha no terno,
os pastores de ovelha,
uma uva sentada por
um pedaço de abelha
ou como dirão os outros
o orgulho sendo despedaçado
pelo recipiente de metal.
ou o copo em cima da mesa
quebrado, ou as pessoas
indo e voltando com lágrimas
nos olhos como querubins
azulados, e petróleo,
o riso negro na gargalhada,
asas, pequenas formigas,
canetas-tinteiros, seja lá
o que for, os óculos pendurados,
o conhecimento sendo chutado,
a piscina,
o carro enguiçando no meio da
rua, a peça de teatro,
o sorriso irônico dos políticos,
a farinha no terno,
os pastores de ovelha,
uma uva sentada por
um pedaço de abelha
ou como dirão os outros
o orgulho sendo despedaçado
pelo recipiente de metal.
Aos que choram
Não que o mar entenda,
não, isso ele não entende,
nem as montanhas brancas,
nem as cavernas negras,
as ilhas não sabem,
nem o céu azul,
nem as velas,
nem nenhuma coisa
que fique presa a
estante como
os livros,
o relógio,
o besouro que sobe
na cama, ou o gato
que dorme confortávelmente
no sofá.
não, isso ele não entende,
nem as montanhas brancas,
nem as cavernas negras,
as ilhas não sabem,
nem o céu azul,
nem as velas,
nem nenhuma coisa
que fique presa a
estante como
os livros,
o relógio,
o besouro que sobe
na cama, ou o gato
que dorme confortávelmente
no sofá.
Não que os arcanjos recitem,
ou que os povos da terra sejam
sagrados, ou que exista
algum sentido em se estar vivo,
mesmo que as palavras
sejam uma invenção recente
e o universo suspire por dentro
e os trens levem as mercadorias
a preço de sangue,
as guerras são espirros divinos,
e as dores apenas feras que
nos rodeiam, ou seja lá o que for
ou que os povos da terra sejam
sagrados, ou que exista
algum sentido em se estar vivo,
mesmo que as palavras
sejam uma invenção recente
e o universo suspire por dentro
e os trens levem as mercadorias
a preço de sangue,
as guerras são espirros divinos,
e as dores apenas feras que
nos rodeiam, ou seja lá o que for
as lágrimas que caem
o oceano não entende,
nem o planeta inteiro,
nem as árvores,
nem as folhas pequenas e amarelas
no chão.
o oceano não entende,
nem o planeta inteiro,
nem as árvores,
nem as folhas pequenas e amarelas
no chão.
Aos que escrevem
Como cachoeiras que somos, sim rodeados pelos cães com sarna, com os touros pisoteando forte nossos olhos, não,
com os umbigos sendo queimados pelos religiosos,
jovens meninas cantando suas recitações de primavera,
jovens, jovens homens de pernas peludas pulando
como lobos por cima dos detalhes, e as ilhas imóveis.
com os umbigos sendo queimados pelos religiosos,
jovens meninas cantando suas recitações de primavera,
jovens, jovens homens de pernas peludas pulando
como lobos por cima dos detalhes, e as ilhas imóveis.
Um suspiro cortando o ar como uma mariposa,
tudo para Deus faz sentido e nada faz,
ele só quer o silencio de todos os barulhos,
os imensos pedregais das prisões,
o rico e o pobre se encontrando para
gargalharem juntos pela miséria,
os artistas passando fome, é claro que sim,
os escorpiões que picam para matar.
tudo para Deus faz sentido e nada faz,
ele só quer o silencio de todos os barulhos,
os imensos pedregais das prisões,
o rico e o pobre se encontrando para
gargalharem juntos pela miséria,
os artistas passando fome, é claro que sim,
os escorpiões que picam para matar.
Ótimos jardins pedregosos no meio do campo,
e quem vê o rio sendo sapo? Ou quem discute
essas questões que o dinheiro dos bancos
é só um pedaço de papel que custa muitas
vidas, e que uma pedra colorida não vale
um bom pedaço de trigo ou o boi é apenas
uma vítima das circunstancias, por isso
os matadouros são postos bem longe,
e chegará o grito dos nossos ecos até a Índia?
e quem vê o rio sendo sapo? Ou quem discute
essas questões que o dinheiro dos bancos
é só um pedaço de papel que custa muitas
vidas, e que uma pedra colorida não vale
um bom pedaço de trigo ou o boi é apenas
uma vítima das circunstancias, por isso
os matadouros são postos bem longe,
e chegará o grito dos nossos ecos até a Índia?
Levamos algo por dentro das mãos
para que essa caneta seja mais pesada
que a enxada que nossos antepassados
seguraram com firmeza e valor,
mesmo sabendo que os mortos não cantam,
que os leões africanos são ternos,
e nossas gravatas um dia serão devoradas
pelas traças.
para que essa caneta seja mais pesada
que a enxada que nossos antepassados
seguraram com firmeza e valor,
mesmo sabendo que os mortos não cantam,
que os leões africanos são ternos,
e nossas gravatas um dia serão devoradas
pelas traças.
Não sei
Não sei o que me impressiona
mais: se o teu silencio de rocha
cortando o meu bosque,
ou se o fogo da vingança
incendiando meu corpo.
mais: se o teu silencio de rocha
cortando o meu bosque,
ou se o fogo da vingança
incendiando meu corpo.
Admirador
Admirador das coisas
belas, das coisas impronunciáveis,
dos mitos antigos, de todas as religiões,
das belas pernas femininas, das bocas
quentes, dos ecos das montanhas,
das asas das mariposas,
do vento, surrador enorme dos olhos,
das espadas que cortam o sangue
do dragão, do enigmático xadrez,
das rochas, do mar, oceano
impenetrável de ternura, das mãos,
dos olhos azulados, dos olhos puxados,
admirador dos pequenos seios de laranja,
das nádegas imensas das ilhas,
das composições sem ritmo,
das vozes fanhas, dos amores trágicos,
dos cordeiros imolados, admirador
de tudo o que ressalta a beleza
do ser e do não ser,
do eterno, do equivocado.
belas, das coisas impronunciáveis,
dos mitos antigos, de todas as religiões,
das belas pernas femininas, das bocas
quentes, dos ecos das montanhas,
das asas das mariposas,
do vento, surrador enorme dos olhos,
das espadas que cortam o sangue
do dragão, do enigmático xadrez,
das rochas, do mar, oceano
impenetrável de ternura, das mãos,
dos olhos azulados, dos olhos puxados,
admirador dos pequenos seios de laranja,
das nádegas imensas das ilhas,
das composições sem ritmo,
das vozes fanhas, dos amores trágicos,
dos cordeiros imolados, admirador
de tudo o que ressalta a beleza
do ser e do não ser,
do eterno, do equivocado.
Serventia
Verás com muito cuidado
que não sirvo para muita
coisa: não sirvo para segurar
lâmpadas, não sirvo para
construir fortes, não sirvo
para dar ordens, não sirvo
para amontoar dinheiro,
não sirvo para queimar
coisas, não sirvo para
matar, não sirvo para
ficar fazendo barulho
sem sentido pelo meio
da rua, não sirvo para beber,
não sirvo para gostar de coisas
que não falam, não sirvo
para gostar de carros,
pérolas, trens, coisas fútil,
não, verás que sirvo apenas
para existir como um tronco
de árvore tombado para o
fim e para o começo,
para o sempre, e para o nunca.
Para isso sirvo, só para isso.
que não sirvo para muita
coisa: não sirvo para segurar
lâmpadas, não sirvo para
construir fortes, não sirvo
para dar ordens, não sirvo
para amontoar dinheiro,
não sirvo para queimar
coisas, não sirvo para
matar, não sirvo para
ficar fazendo barulho
sem sentido pelo meio
da rua, não sirvo para beber,
não sirvo para gostar de coisas
que não falam, não sirvo
para gostar de carros,
pérolas, trens, coisas fútil,
não, verás que sirvo apenas
para existir como um tronco
de árvore tombado para o
fim e para o começo,
para o sempre, e para o nunca.
Para isso sirvo, só para isso.
Sonata qualquer
Eu perdi o seu amor
na sombra do luar,
não foi mesmo,
lua sem sombra.
na sombra do luar,
não foi mesmo,
lua sem sombra.
Não, não foi.
Minha voz caridosa
era apenas uma bomba.
Uma bomba de
chocolate ou uma
bomba de radiação.
era apenas uma bomba.
Uma bomba de
chocolate ou uma
bomba de radiação.
Não, não foi não.
Eu perdi o seu amor
como um vendedor
perde cinco reais
pelo caminho.
como um vendedor
perde cinco reais
pelo caminho.
Não, não perdi não.
Eu perdi. Não perdi.
Eu apostei o seu
coração pelo milharal
imenso do meu coração.
coração pelo milharal
imenso do meu coração.
Não. Não foi não.
Sonata curta
Laranja laranjinha
é você amada minha.
Limão limãozinho
é você anjinho lindo.
Laranja laranjinha
ai da menina de serpentina.
Limão limãozinho
quem corre é meu arcanjinho.
Consumado está
O frio que consome os meus olhos
como um barco indo em direção a
costa: com ventos e pássaros can-
tando com a luz do sol violento.
Queima, queimando a rota poética
onde o coração pode ser uma bom
ba de óleo ou seja lá o que o poeta
quer que ela seja: o amor que é o amor.
Esse frio flecha meus olhos,
meus olhos de poeiras e ventos.
Meus olhos tristes de pedras.
Meus olhos mortos, de réguas.
Mar
Mar, pois bem
Que passe azul
Que passe verde
Que sejas ou não
Uma espada
Que galope
Mar que sejas
Divino ou não
Que sejas apenas
Água suja ou
Transparente vidro
Passe se quiseres.
Adeus...
Eu quero
Eu quero os sinos
Por favor, obrigado
Todos os sinos
Do sol laranja
Da lua Branca
Todos os sinos
Que venham
Do mar que venham
Do vento e que cheguem
Como esperar nos meus
Olhos ouvidos e boca.
Eu quero, eu preciso,
Necessito disso...
Obrigado
Triste sem ela
Amor meu te vejo
Na pureza do amo
E me dói o peito
Por não ter teus
Beijos marinhos
Para me aquecerem
Meditação
Meditação
Com o abrir da fechadura a porta estalou. Tac. Suas mãos na porta
Continuavam a frescura da noite do outro lado da casa. Felipe e Ana estavam dormindo
aconchegantes na cama. A noite de ontem havia sido chuvosa e sonora, como se as gotas
caindo pelo telhado anunciassem o apocalipse continuo entre água, ventos, raios etc...
Eu sei que é muito difícil descrever a beleza dela assim, de supetão. Estávamos casados ia fazer
exatamente uns trinta anos. Dois filhos lindos, um menino, uma menina, era esse o resultado
de nossa união na cama. Posso descreve-la com muita dificuldade, tentado argumentar com o
meu terrível sotaque interiorano as coisas positivas que ela possui e as coisas negativas que ela
possuía.
Possuía sim, meu caro, porque as coisas boas nós guardamos com muito interesse, e as coisas
más vamos esquecendo aos poucos. Isso quando há amor entre um casal.
Não, eu nunca soube o que era amor... Quer dizer amor com maiúscula, amor capaz de
exteriorizar o interior e interiorizar o exterior. Estou tentando parecer complicado, isso porque
escrever como eu escrevo é como fazer um filme. Primeiro alinho as personagens, vou
costurando o roteiro antes de iniciar os diálogos e por fim começo as filmagens depois de
receber do magnata o dinheiro necessário para pagar atores, figurinos, etc...
Eu fujo do assunto como um rato quando visto por um gato. Eu prossigo. Os cabelos morenos
dela são o sinal da minha predileção por mulheres morenas, com os cabelos escurecidos como
a noite. As vezes eu tento sem muito sucesso ser poético e tudo o que acabo sendo é
extremamente patético. Um babaca mesmo. Mas ela era morena de cabelos bem enegrecidos,
bora sua pele de porcelana fosse moldada por traços que para mim pra lembraria Pocahontas
galopando contra o vento para salvar seu povo, ora lembravam Mulan, com olhos de flecha
orientais pronto para proteger a China, o imperador e o seu amor.
Ficou tão patente assim meu amor por minha mulher de traços orientais? Essa foi a intenção,
não com claridade, é claro, porque as vezes tento ser hermético como qualquer escritor
ocidental.
Isso não é amor? Se importar até com o jeito que ela entra com os cabelos esvoaçantes para
dentro de casa? Não é amor isso? Amor, suave amor.
As crianças na cama, o piu de uma coruja cortando o ar e o vento levantando as folhas caídas
pelo fundo do quintal.
-Cheguei lindo!
Eu sei amor, eu deveria ter respondido é respondi. O jantar está na mesa. Comprei pizza amor.
Empoderamento diferentes . Não é amor isso tudo que eu acabo de descrever?
Com o abrir da fechadura a porta estalou. Tac. Suas mãos na porta
Continuavam a frescura da noite do outro lado da casa. Felipe e Ana estavam dormindo
aconchegantes na cama. A noite de ontem havia sido chuvosa e sonora, como se as gotas
caindo pelo telhado anunciassem o apocalipse continuo entre água, ventos, raios etc...
Eu sei que é muito difícil descrever a beleza dela assim, de supetão. Estávamos casados ia fazer
exatamente uns trinta anos. Dois filhos lindos, um menino, uma menina, era esse o resultado
de nossa união na cama. Posso descreve-la com muita dificuldade, tentado argumentar com o
meu terrível sotaque interiorano as coisas positivas que ela possui e as coisas negativas que ela
possuía.
Possuía sim, meu caro, porque as coisas boas nós guardamos com muito interesse, e as coisas
más vamos esquecendo aos poucos. Isso quando há amor entre um casal.
Não, eu nunca soube o que era amor... Quer dizer amor com maiúscula, amor capaz de
exteriorizar o interior e interiorizar o exterior. Estou tentando parecer complicado, isso porque
escrever como eu escrevo é como fazer um filme. Primeiro alinho as personagens, vou
costurando o roteiro antes de iniciar os diálogos e por fim começo as filmagens depois de
receber do magnata o dinheiro necessário para pagar atores, figurinos, etc...
Eu fujo do assunto como um rato quando visto por um gato. Eu prossigo. Os cabelos morenos
dela são o sinal da minha predileção por mulheres morenas, com os cabelos escurecidos como
a noite. As vezes eu tento sem muito sucesso ser poético e tudo o que acabo sendo é
extremamente patético. Um babaca mesmo. Mas ela era morena de cabelos bem enegrecidos,
bora sua pele de porcelana fosse moldada por traços que para mim pra lembraria Pocahontas
galopando contra o vento para salvar seu povo, ora lembravam Mulan, com olhos de flecha
orientais pronto para proteger a China, o imperador e o seu amor.
Ficou tão patente assim meu amor por minha mulher de traços orientais? Essa foi a intenção,
não com claridade, é claro, porque as vezes tento ser hermético como qualquer escritor
ocidental.
Isso não é amor? Se importar até com o jeito que ela entra com os cabelos esvoaçantes para
dentro de casa? Não é amor isso? Amor, suave amor.
As crianças na cama, o piu de uma coruja cortando o ar e o vento levantando as folhas caídas
pelo fundo do quintal.
-Cheguei lindo!
Eu sei amor, eu deveria ter respondido é respondi. O jantar está na mesa. Comprei pizza amor.
Empoderamento diferentes . Não é amor isso tudo que eu acabo de descrever?
O autor
O autor
O ar da noite fazia ele se lembrar que a cidade por si mesma era uma fonte inesgotável de
angústias sem sentidos e prazeres absurdos.
Isso não significa que ele era um completo ignorante em matéria de sociedade.
Era um homem fechado, arrogante, mesquinho e
insociavel, por isso mesmo quis ser no princípio da vida um advogado. Decidiu-se mais tarde
ser jornalismo.
Depois foi ser comerciante. E por fim resolveu que tinha mesmo era dom de
escrever histórias ao estilo de kafka e vende-las para grandes jornais paulistanos.
O primeiro livro que publicou deu muito o que falar em matéria de manchetes jornalísticas, já
que era um amontoado de lembranças eróticas que ele e uma antiga namorada vivia
aprontando por toda a cidade. Coisas que até Deus dúvida, esse homem descreveu, resenhou
um influente crítico sobre o livro que parecia ser um fracasso intelectual mas um sucesso de
vendas como best-sellers.
Acabou recebendo um processo por difamação, tentou recorrer, mas perdeu, e por fim teve
que pagar uma indenização para a ex aventureira sexual com alguns porcentos da venda do
seu livro.
Interessou-se por contar fatos ocorridos em sua vida, não apenas com a sua primeira
namorada: narrou suas peripécias quando criança no campo do seu pai, que era um homem
rígido porém bondoso.
É com sua mão, uma judia que sempre queria o melhor pelo seu filho e o aconselhava a se casar com alguma boa moça judia roça que pudesse proporciona r capital
suficiente para se fazer um belo túmulo depois que a vida nesse mundo se extinguisse.
As vezes ele reagia com sarcasmo: a senhora não sabe nem se esse mundo existe e já que que eu
compre um túmulo para descansar em outro?
Assim sua vida ia se fundindo com sua obra.
Vivia dizendo que iria escrever um grande épico moderno sobre as sofrência e alegrias se viver numa sociedade maluca e apressada como a qual ele vivia.
Seria um grande best-sellers (seria é claro um grande imenso sucesso se tivesse
dentro muitas paisagens picantes, muitas sacanagenszinhas ).
O ar da noite fazia ele se lembrar que a cidade por si mesma era uma fonte inesgotável de
angústias sem sentidos e prazeres absurdos.
Isso não significa que ele era um completo ignorante em matéria de sociedade.
Era um homem fechado, arrogante, mesquinho e
insociavel, por isso mesmo quis ser no princípio da vida um advogado. Decidiu-se mais tarde
ser jornalismo.
Depois foi ser comerciante. E por fim resolveu que tinha mesmo era dom de
escrever histórias ao estilo de kafka e vende-las para grandes jornais paulistanos.
O primeiro livro que publicou deu muito o que falar em matéria de manchetes jornalísticas, já
que era um amontoado de lembranças eróticas que ele e uma antiga namorada vivia
aprontando por toda a cidade. Coisas que até Deus dúvida, esse homem descreveu, resenhou
um influente crítico sobre o livro que parecia ser um fracasso intelectual mas um sucesso de
vendas como best-sellers.
Acabou recebendo um processo por difamação, tentou recorrer, mas perdeu, e por fim teve
que pagar uma indenização para a ex aventureira sexual com alguns porcentos da venda do
seu livro.
Interessou-se por contar fatos ocorridos em sua vida, não apenas com a sua primeira
namorada: narrou suas peripécias quando criança no campo do seu pai, que era um homem
rígido porém bondoso.
É com sua mão, uma judia que sempre queria o melhor pelo seu filho e o aconselhava a se casar com alguma boa moça judia roça que pudesse proporciona r capital
suficiente para se fazer um belo túmulo depois que a vida nesse mundo se extinguisse.
As vezes ele reagia com sarcasmo: a senhora não sabe nem se esse mundo existe e já que que eu
compre um túmulo para descansar em outro?
Assim sua vida ia se fundindo com sua obra.
Vivia dizendo que iria escrever um grande épico moderno sobre as sofrência e alegrias se viver numa sociedade maluca e apressada como a qual ele vivia.
Seria um grande best-sellers (seria é claro um grande imenso sucesso se tivesse
dentro muitas paisagens picantes, muitas sacanagenszinhas ).
Cigano
Não tenho
sul
nem norte
seja lá
isso que
me corte
sul
nem norte
seja lá
isso que
me corte
Não tenho
leste
nem oeste
para onde
se esconde
o teu poente?
leste
nem oeste
para onde
se esconde
o teu poente?
Seios, duros,
olhos flechados.
Quem abriu
o meu armário?
olhos flechados.
Quem abriu
o meu armário?
Não
tenho
mãos
nem pés.
Quem gritou
assassinou
estrangulou
meus sonhos?
tenho
mãos
nem pés.
Quem gritou
assassinou
estrangulou
meus sonhos?
Não tenho
sul
nem norte
seja lá
qual será
a minha
sorte.
sul
nem norte
seja lá
qual será
a minha
sorte.
sábado, 21 de julho de 2018
Torres alvas
Torres alvas
de canelas secas.
Onde estará
o punhal invisível
que sangra a
minha alma de
poema?
de canelas secas.
Onde estará
o punhal invisível
que sangra a
minha alma de
poema?
Para onde foi
Para onde foi
Para onde foi a vida
molhada dos oceanos?
Para onde? Mas os pássaros
que dormem não respondem,
de tanto sono.
Foram, imagino, pelas
portas da carência,
pelos vulcões adormecidos,
pelas rosas molhadas
de tédio e de vento.
Vida, nobre vida,
empedrada no meio do deserto,
molhada de frente ao mar sinistro,
despertada com gritos.
Para onde foi com o teu sino?
sexta-feira, 20 de julho de 2018
Vou
Vou dormir sim
Quem sabe sonhe
Com fadas e remédios
E que o coração em dor
Se cure.
Quem sabe milagres
Não acontecem...
Quem sabe sonhe
Com fadas e remédios
E que o coração em dor
Se cure.
Quem sabe milagres
Não acontecem...
quinta-feira, 19 de julho de 2018
Antepassados
Dos meus antepassados judeus tenho os olhos turvos, castanhos e pálidos,
uma histeria limitada por
gritos e a falta de
habilidade em
lutar muito natural.
Dorme
Durmo, e as corujas acordam,
por todo o oriente, por todo o mundo,
o sol se esconde da lua,
a lua seduz os marinheiros moribundos,
e todos os cantos do meu quarto
escuto o chiado do silêncio:
silêncio, estou atuando, e o momento
é o momento de morrer,
cair mudo e surdo na gota do sonho.
Por isso durmo, ator do obscuro.
por todo o oriente, por todo o mundo,
o sol se esconde da lua,
a lua seduz os marinheiros moribundos,
e todos os cantos do meu quarto
escuto o chiado do silêncio:
silêncio, estou atuando, e o momento
é o momento de morrer,
cair mudo e surdo na gota do sonho.
Por isso durmo, ator do obscuro.
Tessália
para arthur rimbaud, o vidente
Nome,
e que
nome,
nome
de sombra,
mistura
de pombo,
mistura
de palha.
Daria
esse nome
esse nobre
nome que
é um tecido,
Tessália,
um nome
marinho
que lembra
alguma ilha
vaga ou fora
de qualquer
compreensão,
Tessália
lembra que
a mão do poeta
na caneta
vale o mesmo
que a mão de
um homem qualquer
na enxada.
Dois retratos da morte
i
A morte que compõe tudo
Seu luto é um segredo,
morte de véus e velas.
Não diz seu nome para
ninguém, porque não importa.
Não tens asas, nem frutas,
não tens ar, mas respiras.
Vives, com foices e tumbas.
És a perfeição do fim.
ii
A morte que chora
Disseram outro dia
que a morte tem lágrimas
frias.
Lágrimas frias, lágrimas frias.
Serão lágrimas belas, e bonitas?
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