Navios acenam para o mar sem vida
seus cristais intranquilos de lágrimas incontidas.
A tempestade densa chora suas nuvens
e o algodão de poucas gotas tinge a terra.
Velhos marinheiros sussurram saudades
de sereias perfumadas de algas e luas.
Seios brilhantes como a noite com espadas
coroam a videira do oceano com pomares.
Do que falam tanto os turistas desesperados
se a solidão do mar é feita de sal e rochas?
As aves não estão cantando porque estão mortas,
e o frio que suspira é a sinfonia do oceano.
Lentamente o cristal do céu tece no sol
a legenda de algum galo feito de corais e ondas.
Os olhos cansados do poeta insone
naufraga pela varanda cheio de serras e sonhos.
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