Não posso, e como posso, se é que posso,
esquecer teus olhos da cor do mel,
abelhinha, abelhinha, fonte das folhas,
fonte das rimas esquecidas, perdidas.
Não posso, e como posso, se é que posso,
esquecer seu corpo de violão oriental,
esquecer as mechas negras dos seus
cabelos de gata diante do por-do-sol.
Não posso, e como posso, se é que posso,
esquecer suas mãos suaves meditando
o papel onde minha letra caligrafa
o poente com olhos melancólicos.
Não posso, e como posso, se é que posso,
esquecer o seu perfume de morango,
sua voz de rabanete, seus dentes morenos,
seu nariz adunco de linda sereia ardente.
Não posso, e como posso, se é que posso,
esquecer suas roupas coloridas,
o giz negro dos lábios perfeitos,
o amor que me deste, dizendo: poeta meigo.
Não posso, e como posso, se é que posso,
esquecer a sua formosura antes do tempo,
sua linda melodia nos olhos judia imparcial
onde se esconde sua face na burca celestial.
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