quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

A anja

Lá vem a anja,
rio nas asas brancas,
pele queimada de sol,
dentes brancos
como as nuvens.
Um sorriso tenso
de carneiro girassol.
Lá vem a anja,
trazendo na mão
uma faixa e na outra
um coração.
Lá vem a anja,
os olhos tristes,
a boca queimando,
os cabelos de vento
os seios de pano.
Ai, peregrinos, que canto!
Lá vem a anja,
escura, escura,
nua, nua, nua.
Parece um ser
de outro mundo.
E não será mesmo
a lua que desceu
para me beijar?
Lá vem a anja.
Olha, lá, olha, lá.
Chegou sem voar.
E voando pro céu
Já quer voltar.
Olha lá, olho já!

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