sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Gostar de se ser

Das coisas, dos olhos, das bocas, do chão
O alívio, o respiro, a roda, a mão; a lírica
A pedra, o machado, o não; a faca e a arma
que ferem o coração, confirmo, pereço em rima
Então, sobre as coisas, o modo, o viver do irmão
Quem sabe, descubra-se amigo no Não
Afirmo, infirmo, que rosa e sabão
São uma coisa separada, corda em
Violão.

Talvez não entenda, tenta, quem sabe, razão!
Não firma, afirma, constante ou não
Amizade, tristeza, carinho, patrão
Cachorro que ladra, na lua são
é o mesmo que pede comida e ração.

Afirmo, desfiro, infirmo, em não
Que aja, que tenha, que venha a emoção
Do nada, do tudo, do pouco, do pão
Que coma, devora, que brote a emoção
Compondo o verso, sem rima, a carvão
Do lado do sabre, do lado do não.

Afirmo, infirmo, respiro, pingado
Quem entende miado tem que ser gato.
Quem entende formosura, tem que ser belezura.
Quem entende paixão, tem que ser amado.

Tá certo, tá firme, tá bem revelado
Que o mundo, absurdo, é bem revelado
Sem lado, sem calos, sem trabalho, até
Em palavras, em rimas, meu bom Josué
Que diga, confirma, com tão emoção
Que a vida é isso e não basta viver: tem que saber a gostar de se ser

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