quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Poema do interior de um homem brasileiro

 Entro no meu silencioso silêncio

e dentro dos vapores do coração

asas saltam, qualquer coisa que quebre

o jarro feito de ferro estilhaçado

nu, feroz, pelo triste chão.


O mar do laste leste parece um

pombo enlouquecido pelo frio do norte.

O sol, essa estrela feita uma cachumba

a empoeirar o céu azulado onde Deus

em seu trono assentado rege as vidas

dos homens assombrados pela morte,

pelo medo, pelos desejos e pela fome.


Salta em cima d' minha cama

uma aranha branca e venenosa.

Mato-a com as próprias mãos.

Não matarás, diz a bíblia sagrada,

observo nu o telhado e as teias

que agora cobrem os meus olhos

de névoas tropicais.


Tudo adormece. Talvez amanhã

seja um dia melhor...


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