sexta-feira, 15 de agosto de 2025

A INVEJA


-para meu grande amigo, Cainan, um poeta como eu, COM AMOR E DEDICAÇÃO, DE SEU GABRIEL LIMÃO MACABEU 


a inveja não é legal,

a fama não é natural,

ela cresce como erva daninha

no quintal das almas pequenas.


os olhos que não olham para dentro

preferem medir o brilho alheio,

e roem, em silêncio,

o próprio coração,

como ratos na penumbra.


a inveja veste paletó e gravata,

fala baixo nas reuniões,

aperta mãos com sorriso frio,

mas por dentro escreve listas

de quem quer ver cair.


a fama, coitada,

não pediu para nascer —

é uma criança perdida no mercado,

cercada por vozes estranhas

que a puxam para todos os lados,

até que se torne boneco

nas vitrines iluminadas.


mas o que ninguém diz

é que a inveja é covarde:

ela não cria,

não constrói,

não ama —

apenas espera que o outro

tropece na própria alegria.


e eu, que já a vi de perto,

posso dizer sem medo:

melhor ter um único amigo

e a paz de se olhar no espelho,

do que carregar no bolso

o veneno doce

da inveja.



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