segunda-feira, 10 de março de 2025

simbolicos versos

 



POEMA CÓSMICO, NÚMERO 1
Entre o delírio mudo de um verso
ou o delírio mental de uma cabeça
de certo, pode, ralhar um verme

sobre as coisas que desconheça
desse planeta!

Olhai bem para o que move
ou o que faz o poema se escrever.

Não que isso possa ser posse
posse do que falar, cantar, dizer.

Bem sei que a luz excede as trevas
em tudo o mais que digo ou faço
eu quero mais um beijo 
e se puder também um lindo abraço.

Se fico em nave plantado fera
quero dizer que canto a eternidade.
Pudera eu existir como estrela

Na infindável noite sem nenhuma tarde!


O POETA MARGINAL
Diante de tanta gente em roda
vai vivendo o poeta à sua margem
observando qualquer coisa que
possa inspirar sua mensagem.

O poeta não é nenhum ser divino,
nem resplandece em seu seio
fulgurante luz ou qualquer coisa.

O poeta é um ser à sua margem
rodeado de tanta sociedade.

Pode o verso nascer assim
entre prédios e carros apressados.

O poeta quer dizer mesmo que
esteja com algo na garganta
engasgado. 



AGORA ESCREVO
- para pedro kilkerry
Agora escrevo, idaí que o faço,
pudera eu mesmo dizer o indizível,
o intraduzível, o infindável?

Ah, que agora sim, agora escrevo,
do mesmo jeito em que pouco falo.

Escrevo coisas, qualquer coisas,
de qualquer coisa que digo que
se torna intraduzível, o infindável.


O VENCIDO
Já não sei fazer nada,
dou-me inteiro por vencido.
E nisso passo pela estrada
um pouco triste e aborrecido.

Lá vou eu, o vencido,
aquele que disse verdades.
E nessa inconstância pude
sentir a pobreza da realidade.

Óh, essa cosmovisão me apavora,
sinto medos, náuseas, me dói
a barriga dessa tristeza informe.

Tudo isso é uma rima para a morte,
que embora empalideça o meu ser
é a única que nos faz esquecer.


A AGONIA
Que agonia imensa! Espero,
esperando algo que não vêm.
O deus poderoso me observa
e em silêncio digo amém.

Oh, agonia tão rítmica e singular, 
e que um último verso do peito me faz entoar.
O inconsciente me assombra com 
a fúria da agonia filosófica...

Devo em silêncio esperar,
a chuva que não vêm e o sol que
me queima o rosto sem me ver.

Vou chorar novas lágrimas desse
peito que dói e me fere.
Quem sabe a agonia de algo me desperte!


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