veja esse sonho
em cima daquela bandeja de prata:
é o meu amor espatifado, rachado,
jogado em cacos cubistas para o
lado.
escuta: o sol lá fora queima
a minha pele morena,
e eu vejo o mar em forma
de um fauvismo medonho.
entendes, que essa mensagem
é para você, amada minha,
que contou os dias para recitar
minha poesia?
um dia, seus olhos negros quem sabe
irão me guiar nessa escuridão repentina,
ou me abrirão um espelho feito magia
e eu adentrarei o rio antigo da melancolia
nos vales secos dos beijos eternos
que demos em uma esquina
e hoje, recitando apenas um poema
me adormeço sem teu perfume de
mestiça.
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