-Pois não?
-A chave.
-Que chave?
-Aquela do meu
coração.
-Não me deste chave alguma.
-Não?
-Não.
-Nem rio, nem ferida, nem folha.
-Alguma coisa?
-Não.
-Sim.
-Por favor, a chave.
-Que chave?
-Todas as chaves.
-Não tenho nenhuma porta.
-A porta é a voz de Jesus Cristo.
-Que queres me dizer?
-A chave, a chave da vida eterna.
-Por favor, podes me entregar
a chave?
-Minha alma é feita de lamentos.
-O que quer dizer com isso, cigano?
-Que a minha vida é um decreto de alhambra.
-De onde foste expulso?
-Do coração do rio e do amor dela.
-Cigano, cala-te.
-Não tenho voz, senhor, nem nuvens.
-Por favor, cigano, ciganinho, amo aquela cigana.
-Não. O amor de prata é um fruto desmedido.
-Pois não?
-A chave por favor.
-Que chave?
-Todas as chaves...!
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