Se eu visse o rosto dela no espelho
coroado por figueiras e nuvens brancas.
Não viu a estrelinha fugindo do temporal
enquanto a chuva ardia verde em prantos?
Se eu visse o rosto dela nas águas
teria certeza que a voz dela era o outono.
Não que o amor fosse a chave do mistério,
meu coração abrasado de fogo e colheres.
Se eu visse o rosto dela no outono
iria compor versos de sofrimentos amorosos.
Não que a dúvida ardesse nas folhas
se a primavera não vem sem régua e compasso.
Viu o rosto dela? Noturna miragem
nos espelhos das águas sofridas do outono.
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