cigano: Quem conta as minhas lágrimas?
mariposa: As luas vermelhas do céu.
cigano: Ai, meu coração de vidro era duro, se quebrou...
mariposa: A manhã nos olhos das gentes é violenta.
cigano: Dou o meu amor a qualquer preço.
mariposa: O dia de uma barata é diferente do dia do percevejo.
cigano: Tragam a lua, o mar, o sol, o touro, e a espada.
mariposa: A Andaluzia é a sua pátria.
cigano: Mar e deserto.
mariposa: Martelam na mão o prego.
cigano: José e Jacó.
mariposa: Suas mãos suas, ó licor.
cigano: Amada cigana, de olhar esverdeado, me dá um amor, e eu te dou um abraço.
mariposa: Alicates e silêncios constroem o meu mundo azulado.
cigano: Pobre é o coração do nobre.
mariposa: Os ricos também comerão terra.
cigano: Quem disse que o céu não é aqui?
mariposa: As nuvens irão um dia te cobrir...
cigano: Estou triste.
mariposa: Estou alegre.
cigano: Corações de ferros, enferrujados.
mariposa: Tacam-se óleo para alegrar as engrenagens.
cigano: Ai, ai, ai, ai, noite fria e cinzenta.
mariposa: De morte é o teu poema.
cigano: Ai, ai, ai, ai, noite fria e amarga
.
mariposa: É azulada a tua amada.
cigano: Me dá a lua e o por-do-sol, e eu te direi a tua sorte.
mariposa: Cemitérios e luas, bandeiras de cobre.
cigano: O meu nome não digo para ninguém amaldiçoa-lo.
mariposa: És o nobre Amargo.
cigano: Deus me livre de sabê-lo.
mariposa: Deus me livre de esquecê-lo.
cigano: Surge a lua por de trás do mar.
mariposa: E não vamos outra vez chorar?
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