quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Mundo


Mundo
violento de violetas
que tragam
o meu coração
de marfim
enferrujado
de tanta poesia.
Mundo violento
sem estrelas.
Mundo, mundo.
Sarna de cachorro,
redemunho surdo.
Mundo, mundo,
vasto mundo,
e meu nome é
um anátema: Raimundo.
Mundo violeta,
cheio de mariposas
vermelhas.
Mundo canalha,
de gente canalha,
de corações canalhas.
Mundo de dinheiro,
mundo sujo, mundo limpo.
Mundo, mundo falho,
intragável, nos jornais.
Mundo violento de violetas.
Mãos que tremem, olhos
que choram, dentes que
se quebram, maças que
apodrecem na fruteira.
Mundo de mortes e nascimentos.
Mundo, mundo,
violento de violetas.
Agreste mundo.
Mundo pequeno
dentro do meu coração
diante do mar amargo.
Vasto mundo,
mundo enferrujado.

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