para c.t.
Dos confins do oriente misterioso e místico
encontrei teus olhos boiando como duas velas brancas.
Perguntei teu nome e revelou-me em suspiros de tigresa:
era uma princesa oriental, birmanesa, japonesa, chinesa.
Carregando todas as raças asiáticas na tua boca, me encontrou
como se encontra o vento solitário que percorre a terra.
Estavas nuas, e seus vestido reluzia com a cor vermelha.
Pantera, andava com suavidade de felina manhosa,
percorrendo as ruas como uma nuvem, na direção
contrária dos olhares solitários das árvores e dos muros.
Teu nome era, como me disseras em palavras
curtas: princesa oriental, rainha das ilhas perdidas,
dona dos oceanos imensos, pacífica senhora dos corações
dos homens ocidentais, dominadora do amor profundo, conquistadora
de Salomões sem conhecimento, do ocidente.
Veio tu como uma rajada de ventania, como um vento
de deuses irados, explodindo tua boca sobre a minha.
O mel da tua boca de oriental sufocou-me, e disse-me:
Sou princesa dessas ilhas todas, sou birmanesa, japonesa, chinesa.
E perdi-me em teu corpo como as nuvens se perdem nos relâmpagos
e tu se foi como um conto, se acabando como num pensamento.
Errante, virei meu rosto para te dizer adeus, como um poeta.
E tu, engasgada de felicidade e vinho, me respondeu: adeus!
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