Adamantina, rocha do interior paulista,
cheio de café (já fez nove dias),
pastos livres, céus abertos,
nuvens brancas, rios desérticos.
Assim és tu, aldeia viva, cidade aberta
com tuas estátuas a enfeitar a religião,
com tuas aves a cantarem o sol que surge.
Adamantina, boto que cavalga na fronteira,
onda onde se enterra minha poesia alheia.
Tu, e ninguém mais cidade amante, é que
entende as joias de italianos e japoneses
em teu sangue de português errante.
Alva, joia com tantas cores,
desértico sorriso em tuas veias,
saúdo-te cidade minha,
não por seus anos nem
por ser alguma coisa,
espécie de ser vivo,
mas simplesmente
por que pulsa em mim
o teu ar, tuas plantas
e os teus filhos que andam
como eu, em tua pele enegrecida de suor e fogo.
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