terça-feira, 15 de julho de 2014

Adamantina, rocha do interior paulista

Adamantina, rocha do interior paulista,
cheio de café (já fez nove dias),
pastos livres, céus abertos,
nuvens brancas, rios desérticos.

Assim és tu, aldeia viva, cidade aberta
com tuas estátuas a enfeitar a religião,
com tuas aves a cantarem o sol que surge.

Adamantina, boto que cavalga na fronteira,
onda onde se enterra minha poesia alheia.

Tu, e ninguém mais cidade amante, é que
entende as joias de italianos e japoneses
em teu sangue de português errante.

Alva, joia com tantas cores,
desértico sorriso em tuas veias,
saúdo-te  cidade minha,
não por seus anos nem
por ser alguma coisa,

espécie de ser vivo,
mas simplesmente
por que pulsa em mim
o teu ar, tuas plantas
e os teus filhos que andam

como eu, em tua pele enegrecida de suor e fogo.

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