segunda-feira, 7 de julho de 2014

Porque o meu coração é feito de terra e fogo

Porque o meu coração é feito de terra e fogo
ele consegue se misturar aos pântanos oceânicos da vida,
transbordando-se em versos luminosos de mel pelos campos.
Amada minha, meus versos são besouros que
procuram seu corpo no matagal aberto, nos mares infinitos de águas transbordantes,
nos rios infinitos
de correntezas breves,
sim amada, eu percorro as terras
amarronzadas do nosso lar para te ver.
Feito de terra e fogo
esse coração percorre os infinitos dos céus
entrelaçando estrelas jupiterianas, e louvando o cosmo
em suspiros que se perdem
entre becos vazios e cidades
sombrias.
Se perde imenso
feito um sol amaldiçoado
chegando ao fim
tremendo irado
como um beco
sem saída
percorrendo
todas as ladeiras
para achar teus olhos
de claridades profundas
de escuridão obscura.
Porque esse coração é um verso perdido
que não se acha em nenhuma feira, em nenhuma nuvem.
É um verso empurrado entre doenças e curas,
milagres e possessões, de deuses e demônios míticos.
Esse coração
feito de terra e fogo
controla todo o horizonte
controla todas as ervas que apodrecem infinitamente
solitárias
entre cachorros, gatos, ursos, marrecos e camaleões pardos.
A terra é transbordante de areia
e meu coração
é vermelho 

como a terra
sangrenta
que nos
rodeia.
O fogo vermelho
me abrasa
antes de ficar
extinto
como
uma
estrela
moribunda.
Porque esse coração é feito de terra e fogo
E porque habito entre sol, suor e solidão
Eu ergo a taça de mais uma canção
Para ser perdida de mim e navegar
Livre como uma libélula bêbada de felicidade.

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