quinta-feira, 2 de outubro de 2025

O DRAGÃO E O CAVALEIRO

O DRAGÃO E  O CAVALEIRO 

No vale onde o sol se escondia,

erguia-se o Dragão Verde,

com asas como velas de sombra

e olhos que ardiam como pântanos eternos.

Não rugia — sussurrava tentações,

não cuspia fogo — exalava medo.

E muitos reis, em suas coroas ocas,

curvaram-se ante seu hálito venenoso.

Mas veio um cavaleiro sem glória,

sem escudo dourado, sem cânticos de corte;

apenas um coração tenaz,

uma espada sem nome e a fé nos céus.

Ele enfrentou a fera no silêncio,

onde até os corvos cessaram o voo.

O Dragão prometeu-lhe reinos e segredos,

mas o cavaleiro respondeu com o aço e a prece.

E quando a noite caiu, não se ergueu mais o monstro,

sua carne virou vento, seu veneno tornou-se pó.

O vale respirou em alvorada clara,

e o cavaleiro partiu sem deixar nome,

como se apenas o Céu tivesse visto.


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