quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Espíritos em Cativeiro

De ossos de pedra, a Sombra a mata urdiu;

Por ramos retorcidos, a luz jamais vazou.

Lá errantes os Éldar em pranto sutil,

Nas águas do Tempo que lento escorreu.

São almas sem porto que a Terra segura,

Na teia de Treva, na floresta escura.


Lá jaz a memória de um brilho que cessou,

Do verde vibrante no verão que finda.

A esperança é fria, o caminho findou,

Pois o Sol é um fogo que a Visão inibe.

Se o raio rubro rasgar o nevoeiro,

O corpo fantasma se desfaz em poeira.


Gritam os Espíritos por brisa e por céu,

Clamam ao Vento que passa e não ouve.

Seu dom é a penumbra, seu sinal é o véu,

Pois a claridade seus restos remove.

Por frondes de azeviche, a ânsia se arrasta,

Presos à Floresta, uma sina nefasta.


Nenhum grito liberta do verde cativeiro,

Nenhuma espada rompe o limite fatal.

O Sol que nasce no Oriente primeiro

É o muro de chamas, a barreira real.

E assim vagam, desfeitos, no sono profundo,

Os Espíritos-Prisioneiros deste mundo.

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