Entre o vapor das usinas,
ele marchava —
com a testa feita de relâmpagos
e a língua de aço forjado.
Maiakóvsky —
não nome,
mas sirene.
Não homem,
mas locomotiva
que rasga a alma russa
como trilho sobre tundra.
Seus versos?
Granadas líricas.
Estrelas vermelhas
saltando dos lábios
como fagulhas em Moscou.
O futuro o escutava.
As máquinas — em silêncio.
Os operários — em pé.
A Revolução — em febre.
E ele,
como se soprasse o próprio universo
com pulmões de carbono e trovão,
escrevia na parede do tempo:
"A poesia é um dever elétrico."
Oh, Maiakóvsky,
companheiro dos ventos incendiários,
teu suicídio não foi um fim,
mas um clarão —
último disparo contra o tédio.
Ainda te ouço nas antenas,
nos trilhos,
nos motores de aviões noturnos.
Teu coração bate
no peito das cidades.
E tua sombra —
firme como torre de rádio —
se inclina sobre o século
com a fúria amorosa
de quem gritou o impossível
e foi ouvido
pela eternidade.
terça-feira, 5 de agosto de 2025
MAIAKÓVSKY
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