NATURALEZA MUERTA
ou outro poema cubista de ser admirado
O violão na mesa
o pássarinho na gaiola
o livro aberto é a Bíblia
ou o alcorão ou o talmud
não importa
a ordem em que vou ler
qualquer coisa que me
faça suspirar
um jarro cheio de água
ou vazio
um pano um garfo uma faca
uma colher
a luz apagada está acesa
a luz acesa está apagada
dentro do olho está a maça
e a uva é o vinho na taça
a vela acesa revela sombras
que a luz artificial do sol
(esse sol, esse sol, esse sol)
e lá do outro lado o poente se afasta.
É uma paisagem, esse bodegón
espanhol.
Nenhum comentário:
Postar um comentário