O SOL JÁ DANTES SE PÔS, E OUTROS POEMAS PEDREGOSOS
O SOL JÁ DANTES SE PÔS
o sol já dantes se pôs
lá longe no oriente brasileiro
ó que paisagem islandesa
dentro do coração judeu que
tenho
e escuto uma criança chorando
na beira da janela dizendo:
volte amanhã sól que sua
luz me faz bem!
sou eu, meu Deus, essa criança
que se inclina ante o espetaculo
do sol se encolhendo e a luz
dos verdes campos se perdendo?
sim, sou eu,
o mesmo menino que brincava
com os elfos e as fadas no jardim,
eu mesmo,
agora posso dizer,
mesmo com trinta e três anos
que sou um homem?
quantas perguntas que a tarde
já não responderá
porque como antes
o sol já dantes se pôs
e eu já não estou com muita saudade mais.
AS ESTRELAS E O AMOR CÓSMICO
Vinde a mim todos os que estão cansados e oprimidos
ó estrelas e o amor cósmico que pulsa dentro de minhas veias
e já não sei porque tanta pintura guardada
nessa alma basca e fria
irei pelo cmainho de toda gente, como diria o rei Judeu de barbas ruivas,
eu mesmo seguirei esse caminho ante Hashem,
as estrelas e o amor cósmico
vermelhos sons de sinos escuto
e a sinestesia de meu coração compõe um quadro
já não sei que horas durmo
já não sei onde é o meu abraço.
ONDE ARDE O CORAÇÃO QUE CHORA
Onde arde
o coração que chora,
pequena rosa
o jardim que eu tinha
já se acabou,
o amor que eu te tinha
outra vez
aflorou.
Onde arde
o coração que chora,
pequena rosa
se esse amor
te enganou?
Ó QUÍMERA TRISTE SEM ALMA
Ó químera triste sem alma
que dilacera meus pensamentos
na luz viva dessa alva que
encobre meus sonhos supremos.
onde vai meu coração por essa
estrada imensa e larga que vejo
o seu sorriso ó criatura fêmea
leoa basca que me ajoelha o sol
nas mãos e que me queima todo o sol
e por dentro tremo de chuva e oculto
os meus desejos mais profundos sem
esquecer que um dia te amei para morrer.
UM ELFO VI PELA ESTRADA INDO
Um elfo vi pela estrada indo
e eram muitos os caminhos que
ele ia levando uma criança na
mão, sorridente, feia e morta.
Já não bastou o frio das árvores
para encantar esse elfo que se foi
levando essa criança, que era eu,
pela mão até a escuridão de outro reino.
Prometeste a felicidade, essa que não
chega nunca na hora certa porque não
tem um relógio alemão pontual,
e eu sei que cada mágoa que o coração
suspira por esse vento frio tece
e o elfo caminha sem compreender
nada desse reino que deixa
e a lua e o sol já não brilham
e o mar já não existe.
ERRANTE MENINO, Ó VOZ DO AMOR
Errante menino,
ó voz do amor,
longínqua lembrança
da alma ou de uma flor.
Tu se foste junto do vento,
e o poeta triste viu
seu passos negros desaparecendo.
Adeus, menino, adeus,
o amor é essa flor fria
que fere a mão de todos.
LÁGRIMAS E UM POÇO ESTAVA
lÁGRIMAS E um poço estava
onde ela estava e ela estava
vendo o poço e o poço era ela
e ela não saia do poço mas
o poço que ela tinha era o amor
e ela entendeu e o poço sepulcro
dela do amor dela e por ela o poço.
ANTES QUE A VIDA EXISTISSE
antes que a vida existisse
eu te amei e os nossos beijos
gelos de peixes e ventos de árvore
subiram até o céu porque eu te amei
e tu me amaste e o destino essa
lança amarga esse fogo queimante
afastou os nossos pensamentos
tu e eu nos afastamos e veio as
estrelas e assim foi tudo
e a solidão desapareceu.
ENTRE MIM E TI O PERDÃO EXÓTICO
entre mim e ti o perdão exótico
esse rio estranho católico audacioso
essa alma judaica calvinista puritana
e esse perdão feito de mel e fogo
entre mim e ti o perdão exótico
as malhas de ferro e a pintura
os olhos Eternos nos olhando
e o nosso amor pulsando igual
um rio na velocidade católica
dos destinos pré-concebidos pelo
amor imenso denso e Santo.
NEGRO CORPO ONDE JORRA O AMOR
Negro corpo onde jorra o amor
irei cantar, Nathan, teu corpo,
tua nudeza para que todos saibam
que eu te amo como a natureza,
esse corpo, ó corpo de ator porno,
essa lingua que nunca tocou minha boca,
mas minha boca tocou seu pau serafinico
e provou do leite gozoso do semen doce de marfim
que de ti para mim pulsou dentro da noite do
cafezal santo do amor.
DIVINA NOITE DOS PARTOS
divina noite dos partos
orai por nós que recorremos a vós
agora e na hora da nossa solidão,
amém.
VOU PELA ESTRADA CEGO DE AMOR
vou pela estrada cego de amor
e nossa senhora carrega para mim
algumas flores feita de antigas
imagens pagãs
eu recebo essas flores
com muita gratidão
e o meu sorriso de cruz olha
a imagem de Cristo e de são sebastião,
e choro de alegria
por tanta poesia
que brota radiante e viva
do meu triste coração cristão.
JÁ NÃO EXISTE EU ANTIGO
Já não existe eu antigo
mesmo que o Papa Francisco me
disse-se que não existo,
nem meus pensamentos feitos
de lagartixas antigas.
Quem me dera de novo sentar
contigo e beber daquele fruto
de pêssego doce e vivo que
tu, tomando a cerveja tomaste,
e discorrestes sobre o espiritismo
e outras religiões que eu desconhecia.
Já não existe eu antigo
e tudo é memória e canções.
CEM ANOS DE SOLIDÃO VAGUEI
cem anos de solidão
vaguei por ti amada
espinheta de espinhos que ferem-me a alma.
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