Quero cantar as pedras,
todas as pedras que existem.
As pedras dos teus olhos,
as pedras mudas do céu,
as pedras imóveis da terra.
Quero cantar as pedras
de fogo, as pedras sem cor.
As pedras geladas como
feridas em meio do mapa.
Cantar as pedras que estão
longe do caminho, fora do alcance,
as pedras que ferem, as pedras
que choram, as pedras que caem,
as pedras arremessadas para longe.
E mudas elas me aplaudirão.
Porque esse é o caminho das pedras:
o aplauso silencioso das noites.
Nenhum comentário:
Postar um comentário