sábado, 9 de setembro de 2017

As pedras do chão



Silêncio por favor,
irei cantar as pedras,
as pedras mudas no chão.
As pedras sem barulho,
as pedras sem nenhuma
ressonância, a não ser
a tristeza das águas que
correm pelo céu e pelo rio.

As pedras da terra,
as pedras pequenas, verdes,
as pedras sem cores,
as pedras sem valores,
as pedras do céu,
as pedras brasileiras,
as pedras pequenas
e mudas que são estátuas,
que são surdas e cegas,
e no entanto embelezam
a calçada dos meus versos.

Cantarei as pedras,
as pedras que caem do céu,
o granito imóvel,
a limpeza sem asas
das águas que cantam.

Assim como as pedras
também quero ficar no
meio das águas ou da poera,
quero ser arremessado 
para longe, voar pelas
mãos do amor e voltar
a ser o que sou, ser uma
pedra calma, quieta, um rochoso
sedimento no meio da vida.

As pedras aplaudem.
Fim do meu canto.

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