Se podes ouvir com os olhosouça as gotas da chuvacáindo sobre o meu coraçãode telhado amarelado.Se podes ver com os ouvidosveja as cores do ventobalançando os meus lábiosvermelhos de tigresobre os campos azuladosonde hábito.A chuva vai caindo sobrenós dois, amores meus.O dia nos contempla,mesmo não existindomais dia algum.Tudo se findou emsangue e em sal.Os anjos tocaramas trombetas dojuízo final.A chuva vai caindosobre minh' almaamarelada de judeu.Estou contemplandoo universo inteiro,o amor que foi a luaque dourou eternamentee simplesmente desapareceuem uma colina azulada daAndaluzia.Adeus, adeus, a chuvame ardeu, me ardeu.Está caindo sobremim alguns relâmpagos,alguns sonhos, alguns noturnossuspiros de sofrimento.Sou aqueles guerreirosque morreram sem tocarnos corações gélidos dosamores das amadas santificas.Adeus, adeus, a chuva obscurae branca da manhã meacendeu.Estou contemplando todosos símbolos santosdo ocidente e do oriente.A chuva cai sobre minh' almasorridente.Estou vendo o infinito,estou sorrindo, estou alegre.Adeus, adeus, a chuvasobre mim caiu...
terça-feira, 29 de dezembro de 2015
Ode sobre a chuva obscura e branca da manhã
Ode sobre a chuva obscura e branca da manhã
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