domingo, 20 de dezembro de 2015

seis poemas

I- Vi o mar e não vi o mar

Vi o mar e não vi o mar,
por isso as estrelas me pareciam solitárias.
Vi o mar e não vi o mar,
e o seu rosto chorava tristemente
de saudade das gaivotas.
Impossível não amar
as tuas lágrimas de oceano.
Impossível não querer o teu bem,
por mais que vibre nas águas
tormentosas desse amor em prantos.
Vi o mar e não vi o mar,
por isso as estrelas me pareciam solitárias.




II- Beijei o vulcão do ocidente e do oriente

Beijei o vulcão
do ocidente e do oriente.

E por isso os espelhos
me refletiram sem
necessidade.
Amei em sorrisos
amarelos, em prantos
vermelhos.
Era o amor
que me iluminava de sol
congelado.
Ai, o sal da tua boca
foi o rio mais doce que
já tomei.
Ai, o toque suave
dos meus dedos
em teus cabelos
escuros
foi o maior
vendaval que
já enfrentei.
Beijei o vulcão
do ocidente e do oriente.
(Quem quiser
acreditar
que acredite!)
...




III- Amor, amor

Amor, amor,
em terra, em mar, em ar.
Amor, amor,
aqui decifro-te
aqui deixo o teu
nome inscrito
nas flechas negras
dos lírios brancos
da tinta azulada do
suspiro esquecido.
Amor, amor,
aqui estou, aí estar.
Não digo adeus,
mais tu se vai como
uma pomba percorrendo
o céu do céu dos céus.
Amor, amor,
amor repartido em
vinho, em delírio.
Amor, amor,
trás seu mel de
puro licor até o
copo suave dos
meus lábios.
Desperta em
mim tudo aquilo
que só você é
capaz de despertar.
Descansemos junto,
miremos a lua desaparecer
no oceano dos nossos olhos.
E amemos infinitamente,
plenamente, desesperadamente,
nesse cosmo sem fim chamado
vida!





IV - Azulado mar, azulado céu

Azulado mar, azulado céu,
quem viu os passos meus
percorrendo os canaviais
profundos dos sonhos esquecidos?
Ai, eu procurava o seu sorriso
que se escondida entre as estrelas.
Azulado mar, azulado céu,
por que minha morena se escondeu?
Ai, vou em busca do seu sorriso
de pássaro silencioso, vou percorrendo
azuis que se findam em corações noturnos.
Azulado mar, azulado céu,
quem viu os passos meus
percorrendo os canaviais
profundos dos sonhos esquecidos?
Buscando o meu amor que se vai,
que se foi, que se volta, que se acha
sempre, infinitamente, sempre, de repente...





V - Nas asas do vento

Vou, vou-me
nas asas
do vento
que se vão
que voam
como quietos
pardais
que voam
que se vão.
Adeus, dirão.
Vou-me e
regressarão.
Com asas que
se vão, vou-me
vão...
A lua não
guiará o
céu, não
guiará o
luar os
meus caminhos
convertidos.
Vou, vou-me
nas asas
do vento
vou-me
vou!
então vão...





VI - a guitarra dos meus sonhos

A guitarra
dos meus sonhos
choraram, sorriram.
Os teus olhos
de cigana
sentiram o
meu suspiro.
A guitarra
dos meus sonhos
de tantas cordas
infinitas
me abateram.
Hoje o som
ecoa ao
léu do mar
até mim.
E ouço
a guitarra
chorando e
cantando para
mim e para mais
ninguém...


(foto: ilustração da pintura "Lágrima").

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