segunda-feira, 6 de outubro de 2014

poema de chuva

Ora, não te atormentes pela vida,
já sabes que não duras, eterno,
pois é homem de carne e osso
e morres como qualquer ser.

No entanto temes a morte!
Oras tolo, como temes
algo que desconheces?
Poderia deixar de temer
o diabo ou a Deus?

Ambos não se mostram
e tu os teme como qualquer
um que frequenta as religiões.

Bardo, escreve teus versos
Porque alguém os lerá.
Leia-os tu mesmo, se quiseres.

E se ninguém dar por falta de ti,
ora, vaidade das vaidades,
tudo é falsidade.

Não te preocupes com as riquezas,
nem com a pobreza.
O sofrimento pertence a todos.

Hoje ris, e amanha choras?
Ora, tolo, que te importa?
Chega-se em tudo as horas
os minutos, os segundos, tudo consta.

Deus me perdoe, mas quem inventou o mal?
Não se tratem por homens, ó pobres semelhanças.
São vaidades sobre vaidades, pois tudo é falsidade.

Não te preocupes com o amor não chegado,
e nem se ame a ti mesmo:
vais para o pó, lei da existência.

Chega de metafísica por hoje,
só quero ser feliz antes de me matarem a foice.
Coitados, quando perceberem o que é amor
já estarão enterrados.

Ó seus hipócritas, quando morrerem
Voltem, e digam-me como é o outro lado.
Afinal, quando a enterraram não era de se dizer:
Está melhor do outro lado?!

Já esteves morto para saber?
Chega. Chega de falsas verdades.
Quero a verdade real, a que nunca se alcança.
Depois, quero apenas sossegar meu coração
E dormir feito criança!

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