terça-feira, 2 de julho de 2024

alguns versos

 



A CIDADE canção número 1 
Campinas é para mim
A cidade iluminada dos tempos
A luz.
vejam, se quiserem,
essa é a cidade
onde o meu coração pulsa
junto de pessoas prédios
sim, prédios com árvores nas calçadas,
eu, que vejo as árvores,
que estranho o concreto
se misturar tão bem com os troncos
e as raízes estourando as calçadas
em mil fragmentos, igual bombas,
terríveis bombas que os homens
inventaram para as guerras,
quem é burro o suficiente para aplaudir a guerra, fransz marc?
vejam só,
mudaram o ponto de ônibus,
agora eu pego ali perto da igreja cristã,
olhem só, eles inauguraram o novo terminal mercado,
se eu não escrever estes fatos eles não serão registrados
e a humanidade não saberá a beleza que tem essa cidade
dos seus imensos corredores e prédios estreitados
que me lembram a cidade de sevilha na espanha
olhem só os bosques e as ruas onde as travestis
se prostituem
e ali onde eu fui visitar uma conhecida que mora em um
prédio no sétimo andar.
agora, acreditem se quiser,
essa é a minha cidade, a minha cidade grande,
porque um homem pode amar uma cidade
igual ama uma mulher!


A CIDADE É BELA 
Essa cidade, CAMPINAS,
que escrevo em maiúsculas
é para celebrá-la de alma
inteira. 
Escutem, nesses meus versos,
se é que eu os berro,
porque quero dizer
que a cidade é bela,
ela tem um nome CAMPINAS, a bela.
Escutem, vocês que não tem alma de poetas,
saibam que um homem pode amar uma
cidade assim como ama uma mulher!
Ou mais!
Vejam só: quantos prédios, e aquela igreja
ali, católica, parecendo uma rocha no meio
essa catedral estranha onde o vernáculo
em latim parece querer ser pronunciado
por esse povo rústico de breu e matas.
Mas eu não vim daqui e não sou daqui.
Escutem: CAMPINAS É BELA.



CAMPINAS, A CIDADE
Eu quero gritar em voz única
Que Campinas, a cidade, é 
A mulher apaixonada no meio
Do caminho onde tinha uma 
Pedra feita de ouro ou granito
Ou prata. Para mim, que sou
O poeta da cidade grande
Por excelência, vejam bem
Todos os críticos da terra
Sabem que sou incapaz
De fazer qualquer ironia
Sobre esses fatos que 
Estampo em poucas palavras.
AMÉM.



CANTO
A alma, esse negócio
Que chamamos de coração
É um mero trapo
Amarrado no corpo
Feito de lama e pó
Pelas mãos Divinas.
Olha só, as estrelas
Bailando lá em cima,
Feitas de fogo e gases.
Claro, o sol, essa
Estrela que ilumina
Esse planeta azulado
É apenas um poste
De luz muito caro
Na via-láctea.
Posso cantar isso.


UMA QUESTÃO PESSOAL
É impossível saber seu nome.
É vento e brisa, um caos imenso, claro.
Deixa eu dizer coisas que ninguém
Entenderá de verdade o que digo.
Será? Inefáveis palavras saltam
Da minha alma obscura judaica.
Eu mesmo sei que o mundo
É um imenso catavento ruim.
Olha, essa minha pena está
Se auto escrevendo, e eu sou
Um pintor de sentimento
ABSTRATOS.
Isso o cosmo me garante. 


UM VERSO COMEMORATIVO
Eu sou esse sol que se põe pela janela
Eu lembro de tí sim, minha cidade natal,
E mesmo assim, deixa o silêncio falar
Por mim mesmo.

Eu sou aquele pé de manga que plantei
Na casa do meu singelo avô que se foi
Para se juntar ao reino dos mortos
(Ou dos vivos, ele cria em Jesus, não é?

Eu sou o telhado onde a chuva pinga,
E a claridade do canto do grilo me irrita.
Posso ser esses automóveis, ou talvez
Eu seja a minha avó que eu amei tanto.

Sou todos esses versos inúteis
Que escrevo na solidão do meu quarto,
No meio das paredes dessa casa,
Onde as teias de aranhas me observam.


A ESTRADA
Escreve, poeta, escreve,
Martela esses versos que 
O tempo pode prender
Dentro de um livro cheio
De traças e ferrugem.
Escreve poeta, descreve
o Reino de Cristo, os sonhos,
Descreve o horizonte, o ocidente,
O oriente, descreve e escreve.
Punha o relâmpago dentro
Das folhas, a morte  e a vida,
A cerveja amanteigada, o luar.
Escreve, poeta, escreve,
Sejas tu o proletário das letras.

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