quarta-feira, 10 de julho de 2024

SÃO PAULO MEU AMOR (poesias)

 



SÃO PAULO MEU AMOR
(poesias)




A MÚSICA É LETRA SÓ
é
o dia raiando
e eu aqui
cantando

eu quero cantar
com você
músicas

deixar minha alma
             dizendo

letra só
palavras
           musicais

letra só
a música
é letra só

              coração
             AMÉRICA DO SUL.



BAHIA MINHA PAIXÃO
eu vim do sul
da América do Sul
aqui no oeste 
de São Paulo
pra ver a bela Bahia
a menina de Jorge Amado
e amar os caetanos negros
e beijar o mar e a lua
e soar a voz de Gilberto Gil
entre a menina e o rio
e deixar João Gilberto
cantando o silêncio de Bethânia
Bahia minha paixão meu coração
Bahia meu amor minha paixão paulista
Eu vim da Bahia cantar o sol e o mar
E deixar a bossa nova do Rio
Me encher de saudade e alegria
Da Bahia minha paixão
Coração
Coração
Coração.



A MENINA QUE FOI E NÃO É
A menina
que eu vi passando pela rua
muito bonita e linda
eu já não sei dizer
em que mundo eu vivo
estrelas no céu não brilham
mais que os olhos da japonesa
mais que os olhos verdes
da serpente venenosa
a menina que foi e não é
passou por mim sem dizer olá
passou por nós sem dizer voltar
e eu aqui pensando na
menina que foi e não é! 



MINHA MENINA
Minha menina
Minha filha do sonho
Eu sonhei com ela
Pintando um quadro
Deus me mostrou ela
Ela era muito bela
Eu tinha um carro gol
E ela era minha filha
Pequenina que o mundo
Nunca viu existir
E a vida perdeu-me.



ALEGRIA, ALEGRIA, BICHO!
Re-ouvindo e ouvindo Caetano Veloso, é uma delícia, cara, o sotaque baiano nunca perdido do caê é uma nota musical talvez eu nunca o conheça e talvez ele nunca vá saber que um dia influenciou um menino paulistano a ser pintor por causa da sua música e eu só passei a escrever prosa prosa mesmo do tipo proesia por causa dos textos que eu li no livro do caê chamado alegria, alegria, e quero dizer que o álbum BICHo é uma obra prima mesmo. e tá dito o não dito.

a
Gostar do Roberto Carlos é uma experiência transcendental, pelo menos pra mim. Vejam só, muitos amigos e amigas sempre acharam estranho esse polêmico gosto pelo roberto. Mas eu digo: Jesus Cristo, Jesus Cristo, eu estou aqui. O cara é uma obra prima musical, só digo isso porque ele só tem um rival em toda a música brasileira: joão gilberto, o bossa nova. 

b
Eu digo rival como palavra expressa pra influência. Vejamos: tolkien, c.s. lewis, joão gilberto, caetano veloso, roberto carlos, bob nelson, raul seixas, gilberto gil, paulo coelho, os minions, picasso, miró, pollock, rothko, james joyce, concretismo, augusto de campos, ferreira gullar, revista veja, tv globo, sbt, silvio santos, sefarditas, espanhóis, árabes, judeus, etc... etc... josé saramago, machado de assis, woody allen, toy story, bossa nova, cuba, comunismo, capitalismo, igrejas evangélicas, televisão aberta, computadores, facebook, orkut, twitter, a porra toda, sexo, porno, pornéia, travesti, gays, homossexuais, heterossexuais, clarice lispector, chupando rola, goza e porra, pássado e peixes, influências católicas, protestantes, japão, china, coréia, portugal, alemanhã, brasil,, argentina, chile, uruguay, colombia, estados unidos da america, lee krasner, hebraico moderno, eu sou neguinha?

c
as letras e as palavras abraçadas em um labirinto borgeano de metáforas dignas de um nobel de literatura que foi dado a bob dylan e eu digo pra você que tolstoy merecia um nobel e sabe quem mais merece um nobel meu ego e eu por que eu vou dizer pra você, depois de Deus só os suecos mesmos.



SÃO PAULO MEU AMOR
Olhai o céu de anil
Quantos prédios despertai as orações
O destino industrial da nação
São Paulo meu amor
Propagandas de moças peladas
Posso ver que um dia
Esse alegria pronta nós refaz
Veja só: vamos vender ao fauno
Do rio o sorriso dos judeus dos bosques
Vamos
São Paulo meu amor
Um índio no meio da chuva
Um japonês pintando a chuva
Uma moça nua na rua
Um travesti lindo nua
Uma morena pura pura pura
Quanta gente filha da puta
São Paulo meu amor!




CHORA
Chora, meu filho,
as lágrimas tantas
que possam formar
um grande rio,
Chora meu filho,
que a vida não se
perdeu.
A vida passa, porque
o tempo não fica
parado numa esquina,
ou em uma árvore,
ou na chuva.
Tudo passa igual
sexo com puta na esquina.
Veja, veja tudo isso,
Chora meu filho,
porque as fadas
não vão te levar
desse mundo terrível.




CANSADO
Cansei de escrever poesia,
de escrever, agora quero
cantar, dizer asneiras
na maneira que o dom
Manuel Bandeira fazia
cantando a chuva, o sol,
as estrelas.



CARTA APAIXONADA 
Segue seu ritmo,
trem de ferro do tempo,
passa por mim,
pássaro estranho
que não faço idéia
de que nome tens.
Moças de pernas belas,
homens de corpo lindo,
deixa eu ler guimarães rosa
e citar poemas velhos.
Segue seu ritmo,
nasceu meu pé de manga,
vou assistir anime japonês,
hentai pornografico no pc,
vou dizer verdades indizíveis,
vou ler o novo testamento pelado,
vou pular no rio da memória,
fazer perguntas sem respostas,
que o silêncio de Deus me importa,
deixa que eu viva, deixa eu viver.
Segue seu ritmo,
amor meu, sem me esquecer.



MARGINAL, MAIS NEM TANTO
Poeta marginal, claro,
pobre e rico ao mesmo tempo,
capitalista e comunista,
senhor e escravo,
tem tudo e sem ter nada,
vagando e aprendendo que
a vida é uma coisa que
é digna de se perguntar:
a vida, o que isso desatina?
esse destino, marginal, claro,
de escrever coisas claras,
marginal, claro, nem tanto,
por ser meio clássico: dizer
que a lua que está no céu
é mais bela nos seus olhos claros.
Marginal, poeta, claro,
ver um jardim imenso cheio de rosas.
Rosas inexistentes, rosas imaginárias,
Rosas cheias de sapos. 
Claro, aprender a lição da Mariane Moore,
ou do Cabral cerebral de poemas racionais,
chato, claro, mais legal para um marginal,
nem tanto assim a margem da vida.



TRAIÇÃO, 1, 15
Vês esse céu aflito, infinito,
Aquela rocha, vermelha, eterna.
Olha para os nosso beijos que
Se foram iguais pássaros para

Nunca mais voltarem até nós.
Os dinossauros já não existem.
Assim como nossas sombras
Nunca mais se abraçarão na noite

Densa, escura e fria que nos unia.
A amada de cabelos ruivos agora
É só uma lembrança de fotografia.

O amor foi tingido de estrelas
Escuras e belas pela última vez.
Beijamos, tu e eu, outros lábios.



O SUL
Nós do sul
Os bravos gaúchos
Os paulistas
Mineiros cariocas
Nós do sul
Do frio da cidade
Da alma e do prédio
Nós do sul
Sem pátria italianados
Nós do sul
Judeus do dinheiro
Da alma das igrejas
Como é belo o sul
As livrarias
Os povos da áfrica
Todos juntos
Nessa babel portuguesa.



POEMA
mesa
mesa
mesa
mesa
mesa
         MESA

MAR
  mar
   mar
   mar
   mar

ondas
ondas
ondas
              ONDAS

SEXO
sexo
sexo
sexo
sexo



um narciso tropical
olha pra mim
morena moreninha
o narciso dos trópicos
olha eu vou para
a lua
vou escrever seu nome
naquele bosque
do amor do amor
e vou lembrar de
você na cama
de manhã
e toda noite.



cidade poética
dia à dia
na cidade grande
grande grande grande
a grande cidade
a cidade de prédios
prédios grandes
cidade grande
cidade grande
cidade grande
neons.


civilização moderna
vende-se
tudo o que se vende
nos países capitalistas
eis o sinal
de que a civilização
moderna continua
em caminho da
auto destruição atômica
e estejam avisados, viu. 


dados abstratos
a alma
a alma
a alma
a alma
a alma humana
o que é
televisão
televisão
televisão
televisão
valor abstracto
uma bela pintura
pintura
pintura
pintura
pintura
cubista é um
quadro na parede
parede
parede
parede
parede
a lua e o sertão
que belos.




revolução poética
luz da lua luz do sol
o sol é belo o girassol
a girafa é grande gira
o farol o farol o farol
o mar é azul azul azul
verde verde verde verde
é o bosque ao sol de
noite a luz da lua
luz do sol.







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