quarta-feira, 10 de julho de 2024

4 poemas

 






CANÇÃOZINHA DA DOR
Essa dor no peito,
ay, ay, ay!
Que canta o choupo
E as rosas escuras.
Ay, ay, ay!
E choram os poetas
Por todas as ruas nuas.
Ay, ay, ay!
Essa dor no peito.
No meio do mar.
Ay, ay, ay!
E o afogado geme.
Ay, ay, ay!
E amanhece de novo.
A mesma dor.
Ay, ay, ay!
Essa dor eterna
Que é tão bela.
Ay, ay, ay!




A ÚLTIMA CANÇÃO MOURA
Adeus, minha rainha. 
que volte a dormir a rosa,
 eu vou para o amor
  e tu para a morte.



AMOR
Veio até mim a lua negra
E eu toquei com os meus lábios
A doce e branca cor que saltou
De sua bela rosa escura.
E minha boca provou a
Rosa vermelha das luas
Que tinhas, óh Amor meu.
E porque, amada lua, tu 
Não me respondes mais
Se eu te amo como a água
Do rio que corta meu coração?



DAS DORES 
Meu coração sombrio 
É uma coruja sábia de estrelas.
E anda pelas voltas do meu corpo
Como que percorrendo ruas
Estreitas e antigas.
Ay, amor, ay, amor, saiba que
Eu sou apenas o fogo e a chuva,
E as dores das pedras me ardem
A culpa que carrego na alma
De amar o cavalo que se foi
Para me abandonar de dores.

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