Perdi na distância ausente de mil lembranças
a voz sincera e clara da rosa, da menina serena,
e entre mil jardins sem nenhuma recordação,
olhei pátios sem luares, e bolsas sem moedas.
Por não ver o seu rosto no meu espelho, dei um grito,
senti-me pequeno, como um pássaro ferido,
o pátio vazio apontava a eternidade,
e a chave abria uma porta que eu não me recordava.
E então, ao tentar fugir para outros bosques,
me vi de fato lançado na imensa cidade,
e a vida rindo de minha face me perguntou:
- E então, poeta, encontraste o que perdeste?
Não pude responder, pois chorava ao ver que
o pátio continha todos os mapas astrais de Deus.
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