sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Memória



Eu esqueci o meu nome
Na parede dos espelhos
Esqueci meu nome nas
Asas de um querubim
Esqueci, esqueci meu
Nome suave de trigo,
Esqueci meu nome no
Jardim dos cupidos
Cheios de vísceras de
Cachorros mortos e fedidos
Eu esqueci, esquecido meu
Nome ficou na tumba como
Uma cratera cheia de dinossauros,
Meu nome, chamei, onde estás,
Nome de Viagra, nome de Virgem,
Nome de chama e de vergonha alheia,
Ninguém escutou meu nome que
Se perdeu na memória dos espelhos
Trincados pelo paraíso inexistente
Da vida.

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