Hoje amanheceu sem chuva
nos meus olhos feridos de
flechas lentas e antigas que
dormem no meu peito como
feridas egípcias e chagas israelitas.
nos meus olhos feridos de
flechas lentas e antigas que
dormem no meu peito como
feridas egípcias e chagas israelitas.
Na verdade você se foi e eu me fui
e a chuva não veio até a minha porta
trazendo o seu nome de girassól
e eu não sorri em volta como uma pluma
e a chuva não veio até a minha porta
trazendo o seu nome de girassól
e eu não sorri em volta como uma pluma
porque o meu amor foi tingido por
uma tempestade sem pássaros,
como se as mãos divinas se esquecessem
de mim pelas portas das cidades,
uma tempestade sem pássaros,
como se as mãos divinas se esquecessem
de mim pelas portas das cidades,
e a minha miséria não foi ser mosca,
nem saber os dons das águas,
nem rimar pó com sol já que o
esquecimento era tudo o que eu
tinha para dizer para a tempestade
que estava se aproximando com
a pressa das montanhas.
nem saber os dons das águas,
nem rimar pó com sol já que o
esquecimento era tudo o que eu
tinha para dizer para a tempestade
que estava se aproximando com
a pressa das montanhas.
A chuva caiu bem longe e eu não
sorri, e não tive ódio, e não cantei
cacidas, nem gazeis antigos dos mouros,
apenas abri meus braços esperando o vento
e me deixaram numa caixa como que se isso
se importasse e eu fosse ouvir o vinho ou a chegada
de Cristo pelas águas que desciam frias até meu corpo
sebastianizado de flechas amargas cheias de cobras
e tristes gafanhotos sem mel.
sorri, e não tive ódio, e não cantei
cacidas, nem gazeis antigos dos mouros,
apenas abri meus braços esperando o vento
e me deixaram numa caixa como que se isso
se importasse e eu fosse ouvir o vinho ou a chegada
de Cristo pelas águas que desciam frias até meu corpo
sebastianizado de flechas amargas cheias de cobras
e tristes gafanhotos sem mel.
Então adormeci para despertar
cheio de ira e ninguém sabia quem eu era.
E ninguém chamou meu nome.
E ninguém quis entender que a
chuva é o que é porque somos o que somos.
cheio de ira e ninguém sabia quem eu era.
E ninguém chamou meu nome.
E ninguém quis entender que a
chuva é o que é porque somos o que somos.
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