sexta-feira, 15 de junho de 2018

De longe, o oceano



Quando os meus olhos
de baleia viram o oceano
tremulo pela janela, uma última
vez quis eu saltar e cantar.
Aquele dia a praia estava
cinzenta, e as nuvens pareciam
roupas de fantasmas.
O frio fazia o mar dançar
contra o vento dos meus olhos,
e duas sereias de pele morena
me acenavam com beijos mediterrânicos. 
Eu, nobre cetáceo camuflado de humano,
perdi-me no fundo do oceano,
e adormeci, encalhado de prantos e plânctons. 

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