(Guarulhos)
Antes de partirmos para o mar
podemos admirar a cidade que
nos cerca como uma fumaça,
uma fumaça fria e lenta que
vem até a janela na forma
de nuvens, aviões, favelas.
Os olhos se sentem seguros
com tanta insegurança que
podemos ver com admiração:
veja, a moça que subiu até
a porta branca a fechou porque
estava sendo admirada sem
permissão.
Esse frio que cerra os olhos
é a única coisa que pode
acalentar a imaginação
saudosa, a cidade é um abismo.
As ruas são sinuosas, tortas,
e as casas são rústicas,
elas se elevam como torres
tombadas. São muito bonitas
de serem observadas.
Os grafites que cercam
o imenso muro da favela
são verdadeiras obras de
artes. Quem será o artista?
Deve ter assinatura,
só que é impossível
distingui-la no meio
de tanta luz e de tanta
sujeira.
Mas essa sujeira
ao invés de nos dar
a repulsa que nos exprime
nos encanta totalmente a alma,
esse fruto que
aparece podre na
frente das lojas (e quantas
lojas existem por aqui).
Podemos pensar em outras
coisas quando chegarmos
na praia. Vamos para
o litoral.
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