I
A beleza das negras
Flechas negras atingidas
nos meus olhos semi-civilizados.
Uma tempestade luminosa
que vem de uma nuvem
que é a sua pele, sua boca,
seu corpo, suas nádegas,
seus pés e suas mãos.
...
Arcanjas celestes vindas da África,
preto rio de petróleo do amor que
incendeia a minha alma de paixão
diante dessa sua magnífica cor.
Negras, negras, negras, negras,
teoremas perfeitas, são de Deus
a mais bela de suas criações.
ai, negras, negras, negras, negras,
rios onde descanso os meus olho
apaixonados pela serenidade outonal
de seus peitos duros e grandes,
diante do candelabro maravilhoso
e místico de suas nádegas,
só posso existir, negras, negras,
cantando a água de suas vozes,
o sorriso perfumoso de suas tetas,
o arame escuro rosa de suas bucetinhas.
Ó licor escuro, és as mais belas fêmeas
plumosas negras do negro céu da vossa negra e bela pele.
II
Soneto aos negros
Uma fonte negra como um sorriso
rodeando o algodão tranquilo.
Quatro mãos puras e humildes
talhando com amor dois seios.
Nos beijos cósmicos a cor escura
faz brilhar muito mais a lua.
Duas espadas lutam no castelo
é a figura da caverna que é o horizonte.
Deixai o amor penetrar teu gozo
nesse cotidiano pleno de paixão
onde dois seios são quatro mãos.
Deixai que os beijos curem
as dores que o coração sofre:
fonte negra, sorriso dos montes.
III
Canção dos negros indo ao mar, em Itanhaém
Iremos para o mar,
sim, iremos,
iremos para o mar,
e iremos nos molhar,
nos molhar,
sim, iremos,
iremos cantar no mar,
sim, iremos,
iremos nos molhar,
sim, iremos,
iremos nos molhar,
sim, iremos,
sim, iremos
nos molhar no mar,
iremos cantar no mar,
iremos, sim,
sim, iremos,
iremos para o mar,
sim, iremos.
E fomos...
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