Vi uma mulher
negra
e então passei a saber
cantar a
beleza.
Era natural
os espelhos de
sua pele escura.
E disse-me:
como não ser o que sou?
E eu disse:
és a perfeição perfeita que Deus fez.
E uma lágrima
desceu de seus olhos claros.
E minhas mãos de limão
sentiram o sabor de
sua dor e de seus
beijos escuros como
a noite das navalhas.
Vi uma mulher
negra,
silhueta de orvalho,
corpo da nudez vestida
da cor mais bela
criada pela vida.
Ela me pediu meu
nome, para registro
de amizade:
tem coisa mais rídicula
do que se chamar Gabriel?
Ela riu:
eu acho bonito esse
nome.
Vi uma mulher
negra
em todas as negras
não pude saber
o seu nome.
Ai, se ela soubesse como
gosto da cor de ébano.
Vi uma mulher
negra
e ela sorriu
sorriso de paraísos
e poemas líricos.
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