sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Nada recomeça



Tu soñar me envolvía, soñado me sentí.
Jorge Guillén 

Olhos de vidro vão passando
com os pássaros das janelas quebradas,
mãos em forma de ferrugem e dinheiros
colocados na ponta do arco-íris prata dos chapéus,
lírios em forma de seios e estrelas em forma de espadas.

Uma onda leva o peso das consciências, enquanto o
grito de todas as coisas formam uma sombra de 
tempestade.

O sol se levanta com o sangue de tudo o 
que percorre a existência, 
as asas do cigano que caiu do céu
lembra ícaro desenhando a linha do paraíso.


Deus observa o mundo com seus olhos de existência.
Meu mundo é uma sombra em forma de golfinho.
Pessoas em forma de cobre
andando pela cidade,
catedrais cheias de ridículos sofrimentos,
bancos com dinheiro em forma de palavras,
empresas com o sangue dos jovens em mãos feitas de ouro.


A vida é uma ponte cheia de quebraduras.
As janelas abertas serão reabertas depois de fechadas.
Um suspiro será a melodia da flauta.
Será o fim e o começo.
Nada recomeça.

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