terça-feira, 7 de junho de 2016

VELHO MAR


Outra onda
que não seja uma lágrima,
outro sonho que não seja
uma estrela, outra mariposa
que não seja uma estrada esburacada.
Dentro do meu coração
cabe tudo, mar, até suas linhas
horizontais, tuas velhas histórias
de naufrágio, teu lento ritmo de tango,
tua valsa repetida em forma de vaga,
teu cuspir de sal, teu amassar a areia
como pão, como café, como solidão.
Mar, velho mar, porque não habito
em tua sombra quando pulo os muros
do meu coração para beijar a minha amada
companheira marinha que nasceu feita de trigo?

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