passarinhos que voam sem rumo
para os teus cabelos
de menino mudo.
Tu que olhas o universo
com tua voz própria,
depois chora, chora,
lágrimas em forma de
caracóis dourados.
E eu te olho do outro
lado, parado e sério,
como uma estátua.
Eu vejo tuas mãos
apalpando, apalpando,
mais não és cego porque
vês as nuvens e o céu azul.
Apenas te falta a voz
para apontar o nome
daquelas aves e soletrá-las
para as árvores,
que tu, como eu ou ela,
sabe tão bem o que é.
Não te falta verdade,
não te falta alegria,
não te falta amor,
não te falta caridade.
Não durma com lagriminhas
no seu rosto de girassol escarlate.]
Canta comigo essa
balada
mesmo sem voz,
mesmo sem alma.
Inventemos um novo
alfabeto,
um alfabeto invísivel.
Criaremos um novo mundo,
tu e eu, menino mudo.
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