quarta-feira, 27 de abril de 2016

Passeio pela estrada



Pelos campos fui
entre o sol e o céu
carregando um cajado
e pensando em D'us.

O caminho de areia
me lembrou um deserto
(não de tentação, mais de vida).
E de certo a natureza disso

entendia.

E fui cantando hinos,
calculando versos, admirando
flores e aves brancas e negras
que não pude recordar
de nome.

As mariposinhas voavam
entre mim e as flores.
E com o cajado eu tentava
fazer que uma pousasse
bem na ponta.


Morte e vida
se encontrava ali
entre o nada e o tudo.
E na canção do vento

entre bovinos e casas
de fazendeiros
vi e senti o meu
ver camponês
ardendo.

E engendrei meu
cantarcaico ritmo
nesse paraíso
cheio de pedras
e nuvens, trocos
e galhos quebrados.

Até que a estrada
em si mesma
se findou. Era
a hora do regresso.

O mesmo caminho
sem mistério, enigma.
E o sol queimava
o meu ser e os outros
seres.

E eu retornei
para a casa

 -alegre
   contente-



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