Com plumas noturnas
e silenciosas, com estrelas
azuis, com pequenas borboletas,
com o intenso verde do campo,
com a noite estrelada de
mel, frio, suor e cansaço.
Isso tudo e nada mais,
pura onda de sal e de açúcar
que sacode do interior
da alma todo o pó de sono,
toda tranquilidade da
matéria inerte e sonambula.
Com pequenos crustáceos,
com pelicanos mansos,
com palavras metálicas
cheias do mais puro
amor melancólico
do mundo.
Assim passa andando
o sonho e o calango
medroso, compondo
a guitarra e o sapato,
a harpa e o desejo.
Não que isso signifique
vida ou morte,
ou madeira ou poeira.
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