sábado, 12 de março de 2016

Poema terrestre


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Será o último ritmo, o último por-do-sol,
a última asa amestrada da borboleta azulada,
e não entenderemo o que se queria
dizer de frente ao mar, ou da luz,
ou o que significava todas aquelas
palavras enigmáticas de metal
corroído.
E ali estará o violino e a guitarra,
ali mesmo no fundo do oceano
ou da terra, sem raiz e sem
madeira, sem tigre e sem
complicados gráficos
para descrever
a noite sem estrelas.
E mesmo que tenha
a sombra da água noturna
veremos os pássaros regressando
com suas plumas obscuras
para os ninhos
onde deixaram uma
única canção que só
pode ser acompanhada
pelas pontes e
pelos bosques
sem nome e

sem lembrança.

Resultado de imagem para areia de mar noite
(foto: ilustrativa)

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