AQUI
e lodo, madeiras verdes
que comovem os
olhos cansados
das nuvens sem
calças.
Por isso escrevo,
mesmo sem ondas,
mesmo sem galopar.
Me movo imóvel
como uma baleia
sonora.
Tragam até mim
pardais noturnos,
a taça oceânica
para que eu coroe
de algas vossas
cabeças inchadas
de flores.
Aqui há tarde,
e jardins profundos,
aqui há o teu amor
o sol que me desperta
sem mãos e sem olhos.
Por isso fico aqui
imóvel como um
navio cheio de
petróleo,
imóvel como
uma mariposa
descansando
sem lupa e sem
guitarra no meio
das flores.
Aqui há azul intenso
e há estrelas tão frias
que chegam a arrepiar-me
os cabelos de tanta poesia.
Apenas aqui
posso ser feliz,
só entre sorrisos
de tigres, peças
enferrujadas,
casas feitas
de tijolo e cimento.
Aqui, somente aqui
posso ser feliz.
Obrigado!
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