quinta-feira, 31 de março de 2016

Bosque



Decifra-me o meu nome
em horaqualquer.

Não me chames mais,
nem me queira acompanhar.

Livre, solto, leve como
uma pluma me moverei.

Que outrosigam o teu
passo suave...

Eu já não maiseguirei...

segunda-feira, 28 de março de 2016

despedida

Quando sinto sua falta
meu espírito transborda.

Quem me viu nessa horda
pendurado em uma estrela alta?

O meu nove evolou no céu
em forma de fumaça ribalta.

Quem disse que era a alva
que transpirava o apogeu?

Ficarei imóvel como qualquer
sentimento indecifrável.

Que possas me deixar favorável
ao vento que já não me quer...

Um soneto


...
Como salta o seu nome
no meu soneto enferrujado!
Vejo sua boca avermelhada
cheia de estrelas amarelas.

Quantos oceanos belos
carregam tuas lágrimas cinzentas!
Teu nome me martela
dentro do amor e do mistério.
Não apenas te amo entre
os meus dedos judaizantes.
Teu nome é fogo, donzela.
Deixa-me recitá-lo em
meu soneto enferrujado.
Enquanto martelo o meu
                                       

                                 [coração com essas palavras tão serenas...

último poema concreto de amor


chegada


Quem não te ama


Quem não te ama
flor do
meu coração
angelical
de grama.

Quem não te ama
olhos
puros
de lava
em chamas.

Quem não te ama
quando
te vê
nua
estrelada
na cama.

Quem não te ama
quando
levante
teu nome
puro de
mel e
lama.

Quem não te ama
quando
vê que
só tu
é o amor
que me
chama.

COMO ARDE


...
Como arde em teus olhos
o brilho obscuro das mais
distantes das estrelas?
Por que me comove vê-las?
Tento alcançá-las, suspirando
com os meus versos de pó.
Quando vejo o teu retrato
me esqueço que já alcancei
todo o cosmo puro do amor.
Descreve a mim, ó oceano,
o amor que sinto em prantos.
Descreve a mim, companheira
pura das luzes distantes, o teu
nome puro de marfim, de sino luminante. 
...

Versos

I
Eu vi
nos seus olhos
a aurora?
A escuridão
e a luz brilhou
em suas pupilas
negras...

II
Eu vi
em seu corpo
a pureza da
ameixa?
Ou a amora-preta
do amor,

III
(espaço
e pureza).

sábado, 26 de março de 2016

Que se passa que te amo

Que se passa que te amo
como quem ama um oceano?
Não me esquecerei dos teus
olhos em lágrimas, nem tuas
palavras em forma de pranto.

Que se passa que te amo
sem saber como? Mais
te amo sem relógio,
sem saber como...

Que se passa que te amo
como quem ama as mariposas?
Como não sentir esse amor

de barro, de arroz, de sono,
amor puro e incontrolável,
amor que arde em água e

em fogo.

p.s


...
Eu sonhei com todas as
coisas mais belas do sonho:
o por-do-sol em teus
lábios, o amor em
baixo da figueira;
O teu sorriso resplandecia
em mim como uma lua
sem trégua de luz ou
suor irradiante.
Assim descobríamos
o amor, envoltos
em beijos ressonantes.
E quando miramos
dentro do espelho
vimos o reflexo de
uma chama ilumi
nando-se em pleno
ar chuvoso e cinzento.
E tu me amava
e eu te amo.
***

sexta-feira, 25 de março de 2016

decifração


algo


lobo


flor


crepom


observando


peixe


estrelas


quarta-feira, 23 de março de 2016

Quantos anos?

Quantos anos?
Quantos por-do-sol?
Não posso viver nem
respirar sem ver
teus olhos obscuros...

Quantas terras?
Quantos dias?
Quantos sonetos?
Quantos mares?

Amada, amada
minha, quero recitar
para o meu coração
o teu nome melancólico
todos os dias.

Por que se move 
nua como uma espiga?
Por que adormeces dentro
do meu sonho quando não
quero maiser? 
Qual o lema de tua família?
Qual o nome do teu suspiro?

Amada, amada minha,
dorme na brisa,
enquanto eu cavuco
o mar das palavras,
lapidando as rimas.

De mar em mar


De mar em mar
quero 
ser neve.
Quero ser
azul e branco,
quero ser vermelho e verde.
De mar em mar
quero me 
esgotar dentro
de todas as
ondas que
me arrastarem
para as
praias.
Quero ser
não sendo.
Quero ficar
imóvel,
quero me
locomover
como as
mariposas
de flor em flor,
de casa em casa,
de céu em céu,
de verde em verde.
De mar em mar
quero levar meu corpo
por entre cacos de vidro,
silhuetas de sal,
pedra e areia.
Quero ser como o cal,
quero ser como o cimento,
quero ir dentro do vento
e do relâmpago.
De mar em mar
quero adormecer
como os pelicanos.
Quero ir entre os canos,
até os esgotos,
submergir nu
com a cabeça
cheio de pardais.
Quero descansar em
todas as fontes.
Quero gritar,
de mar em mar,
que só posso viver
te amando!

Ao som do amor sonho

Ao som do amor sonho
com a runas misteriosas
dos teusecretos beijos
de mariposa avermelhada.

Qual o teu nome
secreta companheira
dos arbustos delicados?

Quero dizê-lo para a noite,
quero descrevê-lo para as
estrelas, quero brindá-los
segurando um copo de
suco de pêssego junto
das árvoresem folhas
verdes.

Quem som belo, que
som puro, que som eterno
de amor, de sono, de sonho.

Deixa-me dormir em
teus olhos, companheira
das abelhas amarelas,
deixa-me descansar em tuas
mechas claras com o meu
corpo de violino imóvel.

Qual o teu nome? 
Deixa-me recitá-lo em
meus versos marinhos
de caranguejo adormecido.
Deixa-me dizê-los pelas
ruasombrias, pelos
buracos das estradas.

Que som belo, que som
belo, de violino, de mar,
de onda, de amor, de beijo.
Que som belo esse do teu
nome de framboesa,
ó mariposinha vermelha.

Quando minhas mãos percorrem o céu



...

Quando minhas mãos percorrem
o céu procurando por um 
beijo de fogo teu, vejo
imensidões azuladas
em minha alma de
pelicano adormecido.

Minha amada, minha
amada que partiu para
longe, minha amada que
é a raiz dos meusonhos.

Como posso ser no 
vento sem o teu sorriso
me iluminando?

Assim é o amor que
arde dentro do meu coração:
não consigo explicar 
nenhuma palavra
para descrever
meu sonho.

Amada, amada
minha, que o 
mar te cubra
e que teus beijos
acalmem o outono.

terça-feira, 22 de março de 2016

Só 
  os
teu
 s
olhos
    movem
 meu
        universo
cheio
       de luz
marinha
      fria

eu 
  vejo
 em
    tuas
   púpil
  as
     amiga
mi
   nha
         uma
   estra
nh
   a
   l
    u
  z
      de
 amor
fos
    fo
    rescente 

 que
    rege
  meu
 am
  or
     em
  inú
   me
ras

   palavr
 as:
      paixão+amor!

Só posso escrever sobre o amor.

Só posso escrever sobre o 

amor.

Para isso nasci: para te amar,
marinho, terrestre. 
Na superfície, na
lentidão do cosmo.

Te amar como uma
valsa pura e secreta.
Te amar sem lágrimas,
sem nuvens, sem terra.

Te amar e amar
repetidamente.

Por isso só posso
escrever sobre o amor.
Só posso viver repetindo
que te amo como um
pequeno crustáceo.

Vivo a repetir
que só posso viver
te amando e amando.

Te amando como
um galope de onda,
te amando como uma
ventania de rosa.

Só posso escrever sobre o 

amor.

Só posso amar-te e amá-la

com o único violino que tenho.
 Não posso te dar mais nada,


só te ofereço o que tenho.