quinta-feira, 23 de maio de 2019
O Coração Gelado
No meio da grama verdejante
Dos galhos e dos sonhos,
Do baú dos faunos e ninfas
Adormecido no rio o coração gelado
Embebedado de vinho algodão e trigo,
Mel do sofrimento que abre as janelas.
Entra o vento por esses becos,
Os mortos vivos galopam na linha,
As árvores sem nome entre si tagarelam,
E o Coração Gelado tudo isso conserva.
Nos sonhos adormece gnomos e fadas,
Elfos constroem imensas cidades
De fogo, lágrimas e milagres.
Dorme o Coração Gelado como
Um belo cisne construído no barco.
Nem a visão das coisas celestes
Pode destruir esse apocalipse programado
Que arde, adormece e fere
O imenso Coração Gelado.
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