Carta de amor
...há coisas encerradas dentro dos muros que, se saíssem de repente para a rua e gritassem, encheriam o mundo...
Garcia Lorca, poeta espanhol
Se a lua é um mistério,
se o vento é triste e sério,
se as ondas são pequenas,
se o mundo é redondo e frio,
se as dores são poemas,
se a morte é a flecha,
se o coração ferido chora,
se as portas se abrem e fecham,
se nada é nada e nada é tudo,
o que dizer com essas coisas
sem pinturas? esses objetos
sinistros, esfolados, lembrados
pelas palavras magnéticas no
meio das cinzas e do vento?
Para o oeste e para o leste,
sul, norte, cada lado é uma
tensão no meio do termo das
ondas espumosas onde a terra
(meu coração, talvez?)
esteja ferida, sangrando cartas
de amor pelo resto de toda vida.
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