quinta-feira, 25 de maio de 2017

Resposta com as mãos caladas



Se o meu coração é
vermelho,

que me importa
a tristeza,
a saudade,
a cólera

dos insetos?
a luz e a lembrança?

Me recordo
tão pequeno,
tão ferido,
como a cauda
de uma
raposa.

As vezes
sem vento,
as vezes
sem resposta.

Só com algas,
palavras, lentos
desejos, livros
e pequenos sofrimentos.

Que me importa
tudo isso?
O que importa é
que sou e que sigo.

E ninguém mais
entende isso.

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