A chuva partiu o ar
e quis me entristecer
e quis me alegrar com
gotas, frio, umidade.
A partir da névoa
embaçada, sem luz,
madrugas inteiras
se esvaziaram como
conchas douradas e
como cristais, beijos.
E a chuva caia
se repartindo em
minérios, ferros,
vapor, solidão.
E eu como poeta
chorando, imitando um pelicano,
me pús imóvel, só para contemplar
o mar sumindo com a chuva
numa dança de vapor e névoa.
E a cidade calada era luz e sombra.
E a noite parecia uma lembrança
enquanto a chuva partia o ar imóvel.
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